quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

dos dias que deslizam como barcos




é tudo muito preciso: só preciso fechar os olhos . o mar calmo, sem ondas, sem quebras. o sal continua a arder os olhos, mas a boca já se acostumou com o gosto. a transparência da água permite ver os pés afundarem suavemente na areia. imagem distorcida assim como os pensamentos. ambos afundam! enquanto os olhos vermelhos vagam pelo horizonte, os pés, cada vez mais, são engolidos. é fim de tarde. ao longe, o resfriar do sol na água morna – sem ondas; os pensamentos também mornos. com o passado pesando sinto meus passos cada dia mais meus. só espero que não encalhem.

4 comentários:

Everson Russo disse...

Se deixar levar pelo balanço da vida...beijos amiga e um belo dia pra ti.

Anônimo disse...

Este mar...
Onde me perco e me encontro
Companheiro da minha lucidez
e do meu desatino

Este mar...
O meu mar...

Beijinhos

Ana

lula eurico disse...

Todo o lirismo d'alma, com os olhos fechados...

Abç fra/terno

Dilmar Gomes disse...

Margoh, eis um texto de prosa poética. Pura poesia.
Um abraço. Tenhas uma boa tarde.