quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A mulher do viajante no tempo




o entardecer entrava  e espalhava reflexos dourados. esparsas e distantes chegavam-me vozes e na minha janela, tentava não adormecer. pode acontecer que ainda tenhamos tempo. pode acontecer que tudo se passe em câmara lenta. regressar a casa. querer encontrar as raízes e o sabor da sopa da infância, o toque que te fez amadurecer, palavras de carinho de quem te quer bem.   isso te fará fechar o círculo da vida, da tua (ou não). reparas o sol , e provavel(mente) pensas ser igual ao de outros outonos, demasiado igual  e preferes assumir que não quer fechar círculos, muito menos o da sua vida. e se o conforto do conhecido te invade  o coração, com frio, equacionas se não queres esse frio todo e a nudez total, até que  encontre respostas. baixinho digo que estou como você, nessa viagem, sem preparação para encontrar as pontas da linha, sem perspectivas de fechar círculos (do que quer que seja). e digo que o frio do inverno me vai agradar melhor que o sol do outono. vou te falar do frio do inverno, um dia destes. agora não.


[um filme
 [e livro]  inspiradores, lindos feito a companhia dos filhotes ontem]