terça-feira, 3 de dezembro de 2013

E seguir, sem desviar o olhar...










Nessas manhãs agitadas, olho à minha volta e vejo as pessoas, vejo as histórias que invento displicente para elas e penso que este é um momento que dispensa complicações, melhor que faço é atender exclusivamente as necessidades imediatas e deixar de lado as coisas que forem estranhas e que, por isso, tirariam minha atenção do que realmente importa. Aprecio a ideia de que -são as melhores coisas do mundo, as coisas que não se vêem-. As que passam despercebidas no radar de quem conta os dias. Aquelas que não se guardam em caixas, envelopes ou cofres. E no entanto, são as coisas que não se vêem que vale a pena guardar. Mas guardar no coração, nos sorrisos, na memória que nem sempre funciona bem, nas nossas caixas internas, as que temos sem saber e que nos arrumam a alma.  Sim. Confiar na vida, que é mistério, mas que não ameaça ninguém. O mistério da vida protege aqueles que têm planos que se afinem com seu mistério insondável. Por isso, se deve ler sinais e tentar perceber as sutilezas....



segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O senso comum é demasiado comum para ser senso






   Os desejos sublimes vêm me resgatar de um caminho  onde a minha alma só poderia se perder e nada além. Todo fim de tarde, me sorria leve querendo saber dos meus desacertos. Brotava tímida aquela sede de aprender a desacelerar o tempo e a andar tranquila no sentido contrário do mundo. Desacertar é um dom - pensava consigo.



e Ele, respondendo, disse-lhe:
 'Marta, Marta, estás ansiosa
e perturbada com muitas coisas.
Mas uma coisa só é necessária
e Maria escolheu a boa parte,
 que não lhe será tirada '.

em Lucas 10:38-42





domingo, 1 de dezembro de 2013

E tu espreitas para dentro da estrofe...









segreda-me a canção dos dias
sem que nos ouça a noite terrível
e deixa que dance em mim a voz,
a voz azul que é o lugar onde
o mundo não pára de nascer.

segreda-me o teu nome, agora,
e farei de nós o amor, a constelação,
o sonho de uma estação sem morte.

Vasco Gato













[mostre-me lentamente
aquilo de que eu
só conheço os limites]