sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

abrindo a manhã.






 entre suspiros,
   avanço por teu corpo
    com pausas


 e retrocedo
   várias vezes
    para conhecer
     teu roteiro

             no final,
              satisfeita,
                 todas as luzes
                   se acendem,
                   dentro de mim




domingo, 23 de fevereiro de 2014

no tempo que me era permitido...










antes que o dia
tocasse de leve
a superfície da aurora
 a vida poderia pulsar
em harmonia
e entendimento
completamente solta
aliviada, sem neuroses
sem ponto final.
  antes que os dentes
         se crispassem
          antes que as mãos
             se despedissem
               ao irem-se embora
                    poderia...

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

pensando em nuvens que se desfazem....




(..)adoro mesmo é um amor inventado. daqueles de casar as almas. e assim, eu penduraria a rede de que tanto falo e seríamos mesmo felizes [você deitado nos meus ombros e eu tentando te contar as minhas coisas].  seria bom tomar o café quente de manhã e você achar mesmo muito engraçado como eu sempre queimo a ponta da língua. e te ligar de tarde e dizer assim: ainda não sinto o céu da boca. a gente ia rir até não querer mais. nossas barrigas doeriam – de tanto riso! – e quando você demorasse pra chegar, eu ia ensaiar um canto muito bonito de uma música que eu ouvi no meio do caminho [um blues muito quieto pra ser esparr'amado' nos móveis da casa]. a vizinha ia mesmo querer nos invejar e os santos todos, esses desciam pra abençoar todas as coisas que eu ia terminar só pela metade, ansiosa a te esperar. então, de noitinha, quando meus olhos começassem a pesar suaves, com os dedos nos meus cabelos todos embaralhados no lençol, você ia me perguntar/responder:
e o céu…tu já sente, amor?.