segunda-feira, 6 de outubro de 2014

e como eu era...?



estou sozinha em casa. cozinho uma receita sem gosto e sem graça para anestesiar a compulsão de meus dias. ao lado, um chá verde com limão que traz o amargo para a boca, tornando especial o momento certo da saudade. saudade que sempre varia nos dizeres, apesar de o sotaque não variar. gosto de viajar por dentro das palavras. viajar assim  é ter oportunidade de sentir saudade do que era rotina. viajar por dentro da realidade  é sentir saudade do que ainda está por vir, da descoberta de um tempo paralelo em outra parte do planeta. ontem voltei no tempo, hoje é dia de esquecer com o que quase me acostumei. é  mais fácil arrumar as gavetas do que desfazê-las e assim também é com sonhos que depois de desfeitos trazem uma sensação de alivio tão grande que esquecemos do porque estávamos tão apegados a aquele  sonho.  arrumar as gavetas é lutar contra a sensação de estar esquecendo alguma coisa. sonhar é lutar com a realidade. a comida ficou pronta e a música ecoa pelas paredes. está desfeita a conexão. ainda me resta este chá frio para sorver um pouco desta saudade sem prazo de validade.





sábado, 4 de outubro de 2014

era bom simplesmente ser....




em alguns momentos a vida se mostra tão misteriosa que se perguntarmos - quem somos? tantas vezes podemos ser classificados e reclassificados como maremoto ou monotonia e assim como os caminhos se abrem, esses também se fecham. na vida é necessário acostumar-se com oscilações e vaivéns, aceitando que tudo que vai retorna, e que tudo que retorna irá embora um dia também. 
e nesses vaivéns não sei se te quero. não sei sobre mim. é difícil perceber o quanto somos complexo mas, mais difícil é admitir o quanto somos previsíveis.   as histórias mudam com muita rapidez. procuro por algo que me mova. por hora, fico parada observando não chego a conclusões – não sei se te quero. observo, irritada. não sei se quero saber. quero me mover, mover. mas fico aqui,observando. não sei sobre mim.porém, todos nós gostaríamos de ser, um para o outro, bálsamo, inferno e alegria.