sexta-feira, 10 de outubro de 2014

quem sonha improvisa





é inevitável mas  o nosso cérebro envelhece com a idade como envelhecem as nossas artérias. sei que tenho a idade das minhas artérias, mas nunca admito que o meu cérebro envelhece no mesmo ritmo. agarro-me com unhas e dentes a esta fantástica capacidade de plasticidade cerebral  embora sinta na pele que há uma ira espalhada pelo mundo, nas palavras, nos gestos. creio ser a ira  o pavio que incendeia o medo, e se é preciso coragem para se ser feliz, então o mundo anda longe disso. uma grande maioria não quer mais correr riscos por que lhes parece muito ousado, muito longe de suas realidades. a cada dia me convenço de que ser feliz não tem nada haver com mudar a vida das pessoas, mas sim, mudar a realidade do seu mundo particular, dos seus pensamentos, das suas lembranças. é como se de repente você mudasse um pouco o foco, acreditando que existe uma possibilidade de se viver as coisas de uma forma melhor. a  tristeza é inerte, enquanto a alegria é dinâmica, é a forma como a vida nos conta de quantas chances nós temos de nos sentir bem.

feliz dia para a tua criança interior, então!




quinta-feira, 9 de outubro de 2014

meu querido john






você extrai da complexidade dos tempos que correm, a poesia e a reflexão que atinge e aquece o coração de nós  pequenos anônimos e do anônimo mundo de cada um de nós. você  enche nossos corações que anda tão repleto de incertezas, dúvidas, dramas de alegrias, paixões e esperança. grata john o mais contemporâneo e sempre mais amado.

feliz dia teu!








segunda-feira, 6 de outubro de 2014

e como eu era...?



estou sozinha em casa. cozinho uma receita sem gosto e sem graça para anestesiar a compulsão de meus dias. ao lado, um chá verde com limão que traz o amargo para a boca, tornando especial o momento certo da saudade. saudade que sempre varia nos dizeres, apesar de o sotaque não variar. gosto de viajar por dentro das palavras. viajar assim  é ter oportunidade de sentir saudade do que era rotina. viajar por dentro da realidade  é sentir saudade do que ainda está por vir, da descoberta de um tempo paralelo em outra parte do planeta. ontem voltei no tempo, hoje é dia de esquecer com o que quase me acostumei. é  mais fácil arrumar as gavetas do que desfazê-las e assim também é com sonhos que depois de desfeitos trazem uma sensação de alivio tão grande que esquecemos do porque estávamos tão apegados a aquele  sonho.  arrumar as gavetas é lutar contra a sensação de estar esquecendo alguma coisa. sonhar é lutar com a realidade. a comida ficou pronta e a música ecoa pelas paredes. está desfeita a conexão. ainda me resta este chá frio para sorver um pouco desta saudade sem prazo de validade.





sábado, 4 de outubro de 2014

era bom simplesmente ser....




em alguns momentos a vida se mostra tão misteriosa que se perguntarmos - quem somos? tantas vezes podemos ser classificados e reclassificados como maremoto ou monotonia e assim como os caminhos se abrem, esses também se fecham. na vida é necessário acostumar-se com oscilações e vaivéns, aceitando que tudo que vai retorna, e que tudo que retorna irá embora um dia também. 
e nesses vaivéns não sei se te quero. não sei sobre mim. é difícil perceber o quanto somos complexo mas, mais difícil é admitir o quanto somos previsíveis.   as histórias mudam com muita rapidez. procuro por algo que me mova. por hora, fico parada observando não chego a conclusões – não sei se te quero. observo, irritada. não sei se quero saber. quero me mover, mover. mas fico aqui,observando. não sei sobre mim.porém, todos nós gostaríamos de ser, um para o outro, bálsamo, inferno e alegria.