sábado, 10 de janeiro de 2015
sexta-feira, 9 de janeiro de 2015
não caibo em mim, às vezes.
no salão de festas, até que o relógio soasse, gritos e risadas e esconjuros agudos revoavam entre as paredes altas. cercadas pelo rebuliço, meninas se davam as mãos e, olho no olho, giravam giravam giravam até que cabelos e saias e pés ligeiros virassem um pião vertiginoso, rodopio ensandecido em torno das mãos apertadas, pacto suicidário selado pelo olhar elétrico, pelos olhares intensos e cúmplices e embriagados de duas meninas em redemoinho....
'eu amava a
possibilidade do novo
eu tinha um
medo tão grande
mas até
ter medo era novo.'
|oswaldo montenegro|
possibilidade do novo
eu tinha um
medo tão grande
mas até
ter medo era novo.'
|oswaldo montenegro|
domingo, 4 de janeiro de 2015
o fim ou o início
as artimanhas que ela encontra para escapar são elaboradas como só o teu espírito rebelde consegue criar. jogos complexos, desejos inversos sobre águas agitadas e repletas de reflexos estranhos, difíceis de entender, tênues vontades que não deixava escapar por entre a pele que lhe recobre. a coisa corria bem e ela gostava. sorria e alguém ria. sentenciava e alguém pontuava a frase com um ponto de exclamação. a confiança aumentava. por fim tudo era luz. e na imensidão de clareza havia uma que faltava: a sua. era a luz dos outros que lhe cegava e iluminava o seu espaço e lhe provocava esse autismo que nos prepotentes se aconchega. tudo continuava iluminado mas o foco não era ela. eram os que lhe circundavam que tinham ganhado luz própria e a que lhe inundava mais não era do que a difusa que se lhes sobra continuava àquela luz no meio do caminho preocupada em agradar sem ver a quem e, de repente, não agradava ninguém. ficou por lá, à luz, perdida no imenso clarão. um completo ser,riquíssima na sua forma de ver, mas anonima, na multidão.
'calor explodindo
temores rondando o ar
e eu pensando ...'
doidice - djavan
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
abarcando os voos
asas ferventes
erupções contínuas
é assim o destino dos meus sonhos
arremessar-nos para lá da realidade
longe destas raízes que nos prendem
à aridez da terra seca.
nas asas soltas sons de liberdade
que o mar no seu embalo deposita
a teus pés... pedaços de mim,
ainda por descobrir
segue o meu apelo
...voas um passo à frente...
...voas um passo à frente...
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