segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Complicações de luas e saliva







há seres que são mais imagem que matéria
mais olhar do que corpo

tão imateriais os amamos
que quase não queremos tocá-los com palavras

desde a eternidade os buscamos
mais no sonho que na carne

e sempre no limiar dos lábios
a luz da manhã parece dizê-los


Homero Aridjis
(livre tradução)




[enfim.
ser como sou.
 te ver como és
dois bichos de suor com sombra aos pés]

domingo, 1 de fevereiro de 2015

A partir de dentro, por um ousado valer




 no ar, a interrogação vibra como uma onda invisível.  meus olhos brilharam, mas nunca sei se ilumino alguma coisa em você ou se desço as persianas onde ficam frestas para novas indagações. há no caminho um labirinto que indica e devolve a questão. um movimento entre o saber e o não saber. um contraste de fala e silêncio, como se as revelações possíveis voltassem sempre para a roda das perguntas.  o movimento circular se completa e me deixa zonza. um carrossel de beleza e ilusão. um parque de diversão particular, risadas fáceis, uma infância explícita, seriedade que brinca de esconde-esconde. e a maçã do amor sempre trincada entre os dentes nunca sei se a mastigo ou se a deixo ali, escorrendo como a delícia prometida. há indagações e doçuras nas tuas falas , entro em transe e saio à francesa. é preciso saber se a resposta está dentro da pergunta. é preciso saber se a pergunta está dentro da resposta. é preciso saber se estamos dentro um do outro. 
sim. é preciso.