sexta-feira, 25 de setembro de 2015

à espera que a palavra bata e fure o destino



tenho para mim que todas as coisas têm uma certa imaterialidade. o corpo respira. a mente figura a respiração do corpo enquanto o peito cresce.     houve um tempo em que enganava o desespero do corpo, mantendo-o adormecido. de tanto dormir, longe da claridade que queima, a saudade foi-se anestesiando. queria te dizer sobre o espaço contínuo onde um barco adormece o cais ao colo. tu lembras de que disse quando o silêncio se impõe entre os nossos corpos sós?? das estrelas, no mar cativas onde  esperam que as sereias as libertem, onde um deus no mar afogue a escuridão e as falésias sejam pontos de abrigo?  e é assim, nas falésias, que me (re)nasce o coração quando te lembro. neste instante não vive em mim mais nada, perdi a vontade. todos os gritos são mudos.só restando as partes do corpo que você abraçou...




quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Fiz minha casa nas linhas tortas do tempo



Assim é a  minha mente, um jardim de caminhos que se bifurcam. Tenho também  dias exclusivos para que possa fazer os deveres de casa com serenidade, tecidos mesmo com as linhas do aconchego e da ternura. Dias para olhar pra dentro, deixar a  minha alma hibernar, juntar os pensamentos dispersos, equilibrar a corda bamba da vida e abraçar somente as minhas vontades. Há dias que nascem para que sejam a minha  prioridade. Para que eu prepare o depois em silêncio e sem pressa. Há dias que quero  exclusivamente meus. Para ir descobrindo que no meio de todas as situações incongruentes que desenham esse panorama complexo, que parece não ter solução, também acontecem coisas boas e interessantes...