Queria que percebesse que há entre nós um laço, mais do que um laço, um nó górdio, um amor complexo e irremediável, cheio de voltas e contravoltas, que ninguém poderá cortar com a sua espada, mesmo que especialmente (des)embainhada para o efeito. Sei que hoje nada sentes, ocupado que estas com a aritmética inexata da sobrevivência, provavelmente estas palavras pouco te dizem, tudo pode te parecer um pesadelo e não acredita em mim no fim [como o fio de Ariadne] a te puxar deste labirinto. Mas um dia olharemos para trás e leremos os dois este texto premonitório, palavra por palavra, promessa por promessa, juro! e então será você a embalar-me , afugentando os meus fantasmas com a mão como se fossem apenas insetos incômodos e não esta bola de fogo que me queima e me faz acordar no meio da noite, rolando pela cama o medo de te perder para sempre na fumaça dos terrores que inventas para ti mesmo.
terça-feira, 5 de janeiro de 2016
sexta-feira, 1 de janeiro de 2016
...é um nascer a toda hora
para voar, é preciso encher o corpo de vento
e amar a própria pequenez
é preciso aprender com os passarinhos
chamá-los de mestre,
e cantar as manhãs
para só depois fechar os olhos,
e perder o chão.
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