quarta-feira, 8 de junho de 2016

entre a folha e a raiz





quando a pressa alcança a pressa fico nua de significados. pertenço ao espaço entre o instante e o passado (não tenho grandes sonhos para o dia mais feliz). a mente encosta a mente e traz essa incerteza cristalina que embaça as lentes dos meus óculos quando olho pra algum relógio . caem os nomes do contraste no centro que se expande e nem súplica nem negativa perturbam a evidência geral (corpos não se opõem mais). guardei a luz que deixaste cair quando as tuas mãos se fecharam em volta do teu coração...




terça-feira, 7 de junho de 2016

A metonímia






 com um toque na nota certa, todas as cordas vibram sonora com as mesmas digitais. sufoco as marcas do tempo me tatuando (por dentro). falo o que os lábios calam quando teu verbo discorre sob  meu vestido...pesponto teu corpo tecido em mim.








sábado, 4 de junho de 2016

Isenta de coordenadas





no centro de um infinito de perspectivas, esperanças e probabilidades  flores voam pelo céu sem destino certo, sem vontade de chegar. pairam soltas pelo ar, arrastadas pelo vento, despidas pelo sol e vestidas pelo entardecer. fogem-me por entre imagens velozmente deixando as cores por arrasto e os cheiros por suspenso. já não têm a mesma magia que antes, tenho que correr para colher e mesmo assim já não consigo tocar. voam para onde habitam todas as possibilidades, todas as hipóteses, todas as escolhas. agora há outro momento....




quinta-feira, 2 de junho de 2016

entre a saliva e os sonhos





caminho impoluto
onde a memória 
me move.
quanto mais 
avanço, 
mais nítido fica 
o que deixo 
pra trás.