quarta-feira, 5 de junho de 2013

0 tanto que temos para viver...



traz a vida nos braços, 
pousa o mundo no chão,
larga os medos na estrada,
 e desmonte cada peça
de que é feito o coração.
deixa lá fora o cansaço,
desarme a solidão,
 brindes sonhos ao relento
como quem junta os pedaços,
entre a loucura e a razão.
faz parte ser um pouco perdido
faz parte começar outra vez
faz parte ir atrás dos sentidos
e voar a sentir o mundo
na ponta dos pés
guarde a vida nos braços,
pouse os dias no chão,
brindas sonhos ao relento
como quem junta os pedaços
de que é feito o coração.
traga o tempo desfeito,
no que procuras em ti,
se olhares no fundo do peito
 saberás quem és,
mesmo até ao fim.

mafalda veiga. faz parte.









[o desejo que em viço
os abriu
ainda  não os beijou]






De perto ninguém é normal


ela fecha o livro emocionada. "...irmão das coisas fugidias..." assim diz a poetisa.  assim tem sentido. assim tem caminhado por uma estrada tantas vezes estreita demais. e, as coisas fugidias que parecem afastar-se poe efeito das perspectivas, como o tempo a se declinar rapidamente, embalam sua caminhada.      sempre vai querer mais do que o dito.  sempre vai procurar amor-perfeito por aí.   olhar o trem que não vem [ só em seus sonhos].      estar sentada no lado da janela e ver a paisagem correr.  sentir o cheiro de jasmim mesmo sendo outono.  sentir o frio cortando a face e desejar boa sorte para quem lhe cruzar os olhos.      hoje esta faminta de palavras que possam "desatormentar" o dia brilhante de sol e coragem.     as coisas fugidias  lhe encantam.  suspira por elas, quando no fundo perde a direção se não tem coisas certas [palpáveis].   como se agarrar-se a elas lhe desse um pouco mais de fôlego para a vida.







[ e com olhos  de criança
ela deseja: vida, cuida bem
de mim ]