quinta-feira, 20 de junho de 2013

o odor é a linguagem do amor





(...) as metáforas são químicas.

No poema lírico da Biblia, o Cântico de Salomão,
o odor é a linguagem do amor:

« O meu amado é para mim uma bolsa de mirra sobre meus seios; o meu amado é para mim como um cacho florido de hene dos vinhedos de Engadi.»


As flores de hena, tília e castanheiros cheiram a sêmen. A mirra tem um cheiro comparável ao dos óleos secretados por glândulas do coro cabeludo humano.

Queremos cheirar como uma rosa.
Queremos cheirar como uma flor de hena.

in "Anatomia de uma rosa" de Sharman Apt Russell









Tenho saudade de tudo que ainda nao vi


quase sempre se  pode alcançar a paz na agitação das ideias [não naturalmente a agitação das guerras e das nefastas ambições e disputas]. quem pensa e nos leva a pensar forma a legião dos indispensáveis no laboratório terreno em que vivemos. só navegar por águas serenas tem o atributo de ser confortável mas nos subtrai a oportunidade da excitação e do experimento. então, abra o livro, conte pra mim a história bordada a ouro do que ainda não aconteceu. um futuro de nuvens  plúmbeas e chuvas de granizo, na hora em que esticamos as mãos para recolher pedrinhas e derretê-las sob a língua fazendo profecias, falando de dias melhores, de um sol redondo emoldurando as coisas até estilhar-se na última luz implacável marcando o tempo. o tempo que parte como um trem de passageiros, carregando sonhos e toda sua delicadeza. benditos os que perturbam pela sedução do que dizem e fazem.