quarta-feira, 17 de julho de 2013

Bem-te-vi






a delicadeza  é um átimo, como a poesia. um flagrante, um momento, um click como a fotografia, que se revela num instante desdobrável. mas o instante passa e cabe a quem o vive a glória de ter chegado à felicidade. entre a realidade e o sonho.   depois é só a realidade. com suas cores uniformes, firmes, corretas. sem o delírio livre da beleza em estado puro, que provamos em pequenos cálices, em momentos únicos da vida [sim, deparei-me com o encantamento] alguns matizes, algumas nuances são bonitas como o poente, mas, como sempre, não duram mais que a fração do tempo...











terça-feira, 16 de julho de 2013

Indispensável que as margens se estreitem....







na mistura de cores o silêncio era absoluto, parecia que súbitos pensamentos  passavam pelo mesmo lugar a todo tempo e encostavam nas paredes do meu próprio vento. vozes inaudíveis tentavam emergir sufocadas pela não existência de som, feneciam mesmo antes de tomar forma, desespero de quem tenta libertar-se das lamas sugadoras do pântano.   na superfície plana ergue-se suavemente um som audível e, nesse momento, foi o silêncio que me despertou, quebrou-se, deixando no ar um som cativante que foi preenchendo espaços mais ou menos vazios . é exaltante ver a outra margem cada vez mais próxima, em harmonia, para que a travessia se faça em segurança e com ligeireza.  sobra-me a liquidez do dia a dia e a petrificação de conceitos.