segunda-feira, 11 de abril de 2016

O espanto era a luz











solt0-me das aparências e contudo fico presa a elas . nem me fale em berço esplêndido. espelho não, hoje eu quero me ver pelas costas. ou melhor: fico a meio caminho entre essas aparências e aquilo que as anula, aquilo que não tem nome nem conteúdo, aquilo que é nada e é tudo.  hoje não serei capaz de dar o passo decisivo para fora delas. a minha natureza obriga-me a flutuar, a eternizar-me no equívoco, e, se tentasse optar por um sentido ou pelo outro me perderia por causa da minha salvação.  quanto mais avanço mais nítido fica o que deixo pra traz.....










 [às vezes não interessa mudar,
 interessa aceitar.
 e aceitando, é deixar andar]




sábado, 9 de abril de 2016

empurrando com água










é no alvoroço do peito que se faz a beleza. que os dias se apaguem em amor. enquanto isso que faremos nós nestas águas? ar fresco eu pesco às vezes em momentos raros, depois de farejar por todo canto e lançar tantas redes, tantas iscas.  ar fresco te enche a boca, o peito, e teus olhos enfim limpos se lambuzam extasiados. parecer seguro é um perigo....