sexta-feira, 17 de maio de 2013

Dos resquícios







(..) os dias eram compartilhados, as tardes de verão vibravam em longos silêncios de sol tórrido e o pôr-do-sol era uma explosão de sonoras cigarras a gritarem exaustivamente ao meio da ligação. o verão era uma dança constante entre chuva e sol. e, antes de chover, sentiam e descreviam aquele aroma intenso da terra - uma mornidão que a terra exala a nos juntar-...  dos meus dias nos vestígios da praça fotografada, de quando o céu tinha aquele azul verdadeiro e único, havia toda uma antecipação alegre e festiva antes da chuva acontecer.          chuva e sol .           por vezes, temos de aceitar que duas coisas opostas têm de existir para a vida fazer sentido.
















`Milagres não ocorrem em contradição
com a natureza; mas somente 
em contradição com o que 
conhecemos da natureza´
Santo Agostinho









quinta-feira, 16 de maio de 2013

A chuva antes de cair







“Não que a tua existência possa corrigir ou desfazer todos esses erros. Não, a tua existência não justifica coisa nenhuma. O que ela significa – já disse isto, não disse? Creio que sim, ou uma coisa parecida -, ou melhor, o que ela me leva a compreender, é isto: que a vida só começa a fazer sentido quando nos damos conta de que por vezes – tantas vezes – o tempo todo – duas ideias completamente contraditórias podem ser verdade.

Tudo o que conduziu a ti estava errado. Portanto, tu não deverias ter nascido. Mas tudo em ti está certo: portanto, tu tinhas de nascer.

Tu eras inevitável.”  (trechos pág. 199)



[não é um livro de entretenimento. é um livro a ser degustado, lentamente. é um livro que toma a alma. remexe as entranhas. definitivamente,  ´inevitável´ ]



"Claro que a chuva antes de cair não existe", disse ela. "E é por isso que é o meu tipo preferido de chuva. Uma coisa pode não ser real e, mesmo assim, pode fazer uma pessoa feliz, não pode?" ( pág. 132)


A Chuva antes de Cair  de  Jonathan Coe