
a noite se pinta de um calabouço voraz, trazendo imagens rudes de onde o templo magnífico não se apresenta à vossa sombra . há estados de alma tão incandescentes que abordá-los é simplesmente renovar seu ardor e arder, alimentar sua capacidade de fogo e danar-se. só é possível, então, afastar o olhar, olhar para outra coisa, fazer de conta que ainda resta algo no mundo que as chamas não consumiram, até que o tempo, única força realmente invulnerável, capaz de afetar sem ser afetada, faça seu trabalho e o que era brasa viva seja por fim o tênue eco de um calor, uma cinza inofensiva.