vivo de coincidências. vivo de linhas que incidem uma na outra e se cruzam e no cruzamento formam um leve e instantâneo ponto tão fugaz que mais é feito de pudor e segredo. se me torno coerente e quero andar alinhada com o mundo exterior me estraçalho e me espanto! os dias me insensibilizam . não dou pão a ninguém. só sei dar umas palavras e me dói ser tão pobre. dói muito ter um amor impotente. tantas vezes me pergunto : o que me terá acontecido na idade da pedra? algo natural não foi, ou eu não teria conservado até hoje este olhar de lado e não me teria tornado delicadamente invisível. porém, eu ainda me renovo em palavras. espero que se tenha renovado um pouco em mim, embora não precise....
"se eu tivesse mais
almas pra dar
eu daria..."
Djavan