segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

num tempo de poucos floreios







porém, sem amor eu nada seria



  as definições propostas pelo dicionário  para os termos


Feliz
-afortunado
-próspero
-satisfeito
-ditoso
-abençoado

Felicidade
-ventura
-contentamento
-bem-estar
-boa sorte




interessante isso, para definir um ser humano feliz, podemos dizer:

“Um ‘Abençoado’  em estado   de  ‘Contentamento’

então, quando dizemos: ‘Feliz Ano Novo!’ estamos desejando
que aquela pessoa tenha um ano afortunado, próspero,
satisfeito, ditoso, abençoado, e estamos dizendo:

 ‘Boa Sorte.  Estejas Bem.  Seja Contente.  Bem Aventurado!’

que a Bem Aventurança desejada em mim  se estique até você .




(o mundo só vai dar o ar de renovação a partir do momento em que as pessoas começarem a colaborar entre si, deixando para trás milênios de competição desenfreada e de estranhamento mutuo. todo mundo precisa de colaboração. penso eu)






( teremos um ano inteirinho para exercitar a gentileza e a autenticidade, isso não é bom?)

domingo, 30 de dezembro de 2012

falei em calabouço?




ela diz + ou - assim em seu blog:
transformo pranto em riso
traduzo sons, verto, aqueço
pego o real pela calda
e lhe dou um brilho de estrela
faço renascer o que não quer morrer pra sempre...



(a tua fé na vida, o teu bom-amor)



.




(para minha amiga que possui alma CristalinaCristalCrista-3C)
http://olhosazuis26.blogspot.com.br/

no ar sobre os antigos oceanos

Photobucket


Não digas o teu nome: 
ele é Esperança
vai até aos que sofrem sozinhos
à margem dos dias
e é a palavra que não escrevem
sobre as quatro paredes do tempo
o admirável silêncio que os defende
ou o sorriso o gesto
a lágrima que deixam nas mãos fiéis

Alexandre O’Neil

.



(...)dois mais dois é sempre o que a gente quiser. há, é claro, grandes pontos de interrogação sempre e, a cada momento em algum lugar, pontos de exclamação se erguem sem mais nem menos.  olhando de longe, porém, o que mais se vê são reticências, muitas vírgulas, uma algaravia de travessões. fica difícil perceber onde termina um capítulo e quando começa outro porque quando se sofre sozinho, é porque se está isolado do mundo e não se sabe como quebrar uma barreira, que nós próprios impusemos e não deixamos derrubar. talvez, porque alguém nos amordaçou, traiu e realmente a esperança é tentar confiar novamente. porque há anjos e pessoas que têm o coração aberto para amar sem condições. ainda bem.
obrigada ^A^ migos!

a  esperança  - por vezes, a única coisa que nos prende à vida -


2013 - que venham corredeiras. prometo manter o prumo -


sábado, 29 de dezembro de 2012

no ponto exato



ousa dizer a verdade: nunca vale a pena mentir
um erro que precise de uma mentira,
acaba por precisar de duas.
George Herbert








 e o coração fica sujeito 
a chuvas e trovoadas

E a casca do mundo se revela frágil

eu amo tudo o que foi,
tudo o que já não é,
a dor que já me não dói,
a antiga e errônea fé,
o ontem que dor deixou,
o que deixou alegria
só porque foi, e
v  o  o  u
e hoje é já outro dia.

Fernando Pessoa



não há planos para se seguir.
o melhor que farei será por acaso.
e nas contas da memória mais distante...
minhas perdas e 
meus ganhos serão apenas cinzas
na balança do tempo.





que venha 2013, então.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Com uma carta na manga











liberdade de voar 
num horizonte qualquer, 
liberdade de pousar 
onde o coração quiser.

Cecília Meirelles










(...)às vezes tem um raro momento em que não dá passo algum.
 apenas voa.  não vê que o tempo emerge o espaço por onde ela passeia.
 isso é o melhor.  viver fora do tempo.  o melhor do melhor.



créditos







o amor
 pode
morrer
 na verdade,
 a amizade
na mentira.

Abel Bonnard










[quanto mais avanço,
 mais nítido fica
o que deixo pra trás]

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

soprei de dentro do peito o excesso de terra firme
















 preciso do abraço longo que me lembra onde eu me encaixo, preciso do abraço apertado para sentir o peito aberto. as curvas e ladeiras do caminho acidentado me trouxeram em linha reta - e secreta - para fora do meu mapa. bússolas adeus, não sou mais (des)norteada. a caixa retornou ao prove(dor). foram dias e dias sendo transportada entre trancos e se quebrou. não quero nada de volta! há dias em que cacos são apenas cacos.




por um fio





há noites que me seguem dia afora, escondidas nessa sombra que não larga do meu pé. os peixes assim como pássaros voam na imensidão do mar – pássaros mergulham. uns afogam-se no ar e outros sufocam-se nas correntes das águas escuras e frias em que vivem. peixes e pássaros procuram sempre por outros semelhantes para deslizarem por entre caminhos desconhecidos e quando perdidos se tornam presas fáceis de predadores maiores e mais espertos. estão presos no que lhes servem como símbolo de liberdade. no ar e na água – os peixes afogam-se, os pássaros sufocam-se. 

cada nova entrelinha desenrola mais um pouco o velho nó na garganta.





quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

as antenas no ar







entre dóceis
e indóceis
pensamentos
disciplino
meus desejos
me escondo
de meus medos
me afogo
em lembranças
me socorro
em devaneios
me liberto
entre asas
coloridas


meu jeito
http://youtu.be/4pjPTfygX3U

dos dias que deslizam como barcos




é tudo muito preciso: só preciso fechar os olhos . o mar calmo, sem ondas, sem quebras. o sal continua a arder os olhos, mas a boca já se acostumou com o gosto. a transparência da água permite ver os pés afundarem suavemente na areia. imagem distorcida assim como os pensamentos. ambos afundam! enquanto os olhos vermelhos vagam pelo horizonte, os pés, cada vez mais, são engolidos. é fim de tarde. ao longe, o resfriar do sol na água morna – sem ondas; os pensamentos também mornos. com o passado pesando sinto meus passos cada dia mais meus. só espero que não encalhem.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

o que o amor faria agora??





de tudo que ouviu enviesado(...)


esperou que os olhos enxergassem de fato  e que houvesse uma luz  capaz de iluminar tudo por dentro dela.

agora já está indo.


segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

amanhã os sinos tocam











(...)e tinha que ser a Simone a dizer-me: então é Natal. e o que você fez?   ergo os olhos e contemplo triste a beleza intangível da Lua, mãe da noite festiva, em sua (in)diferença luminosa das alturas. nossas solidões se encaram, se medem, se identificam, se cumprimentam e se despedem, sabendo ambas serem indeléveis ao tempo. sabendo que hoje somos vigiadas pela estrela de Davi.  amanhã os sinos  tocam para anunciar o maior dos nascimento . ouçamos o nascido. Ele nos diz: - Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei -  na casa ao lado a canção segue em karaokê animado ...` então bom Natal, pro branco e pro negro, amarelo e vermelho,  pra paz afinal.   que seja feliz quem, souber o que é o bem.  então é Natal, e o que você fez??´ 



(obrigada Simone, você este ano fez toda a diferença)

há fachadas. eu prefiro o verso




quantas mordidas se precisa para descobrir o gosto único de cada uma? uma trombada aqui outra ali, uma derrapagem, um erro de trajeto e você percebe que há encontros que te alimentam e outros que não, que há venenos e remédios, que há co-pilotos e pedaços de mau caminho.

deve haver também palavras fortes e destemidas que falam mais alto o que vai dentro, mas que por há muito terem sido inventadas alguém usou mal e gastou.

deve haver letras que se cruzam em linhas maiores do que avenidas e que transportam consigo o melhor de cada um.

deve haver desejos que não se calam perante o que sentem e voam mesmo sem rede para lá do horizonte.

deve haver gente que não foge e não se esconde, que vira o mundo do avesso se preciso for, só por acreditar que é possível investir sempre em algo melhor.

e há as centenas, milhares de coisas que deixamos de fora, que deixamos de lado, que nem incluímos mais no que chamamos mundo, coisas que esperneiam como podem, enviam sinais cifrados, agonizam sem socorro, murcham à míngua.    de concreto ? pequenos lapsos descarrilham um trem...

alguém conhece de cor a morada da Autenticidade?



A vida não anda, ela gira



Casa silenciosa. O escuro e o silêncio da noite tomavam conta de tudo. Da sala, do quarto, de sua mente. Uma aspirina, um copo d’água e sua cabeça despencara no travesseiro como se pesasse uma tonelada. Isso porque os pensamentos estavam adormecendo.

O tempo escorria vagarosamente e, sem muito que fazer, ela revisava a imagem das rachaduras no teto de seu quarto escuro. Por enquanto nada demais, mas era sabido que aumentariam, que as manchas escureceriam mais.

Ela acredita sim quando repete como um mantra: um dia de cada vez, cada vez um dia mas noites de sono pontuam seus dias sem virar página alguma, sem fechar capítulos, sem abrir parágrafo no dia que segue. 

A umidade se espalhava.

Ela cultivava a certeza de que o teto, uma hora ou outra, não aguentaria e cairia sobre sua cabeça e por isso tamanha admiração. Sem o teto teria não mais rachaduras e manchas, mas o céu vestido de estrelas.

Ela acredita...


Heart
http://youtu.be/9UuFPuatqwQ

domingo, 23 de dezembro de 2012

quanto a ser e ter, deixa estar



eu quero
o vento
 nos olhos.
minha paz
é *front.

´os sonhos, ao que parece,
move-os não a razão, mas o desejo,
não a cabeça, mas o coração,
e no entanto que coisas ardilosas
 produziu às vezes a minha razão em sonho!´

O Sonho de um Homem Ridículo - Dostoievski




[o peso de tantos nadas não tem nada que compense]


aqui front = fachada

reciclar o amor sempre


a gente aprende ...
"
Um guerreiro da luz compartilha com os outros o que sabe do caminho.
Quem ajuda, é sempre ajudado e deve ensinar o que aprendeu.
"






sinto profunda gratidão pois muita gente me ajudou a encontrar o caminho.
ajuda-me ainda a manter o trilho certo. ainda não sou um "guerreiro da luz",
mas se desejarem que eu acompanhe vocês nessa caminhada, estou aqui!


Feliz Natal!

sábado, 22 de dezembro de 2012

têm pausas onde eu respiro



 a pele fina tateia por coisas que a marquem fundo  e assim, sigo e procuro uma imagem. destas que sejam verdadeiras. genuína em sua textura. e de cor forte de preferência. não quero nada que seja pré-fabricado. quero ordem sim, mas nascida da própria sombra embora a luz seja o fundamental. bom gosto? bom, gosto se releva. gosto de relevos. montanhas cheias. ares , mares e chão. procuro uma imagem, apenas uma. não precisa ser inteira, mas que pelo menos complete o pensamento. uma imagem apenas, seja ela em forma de pergunta ou resposta.caminho espinhoso dá nisso: fantasia rasgada, sapatos aos cacos, cotovelos puídos, e o gosto amargo de jamais andar como manda o figurino.



o que realmente conta não se conta






seguir o coração quando ele some é coisa dura...sigo em frente a troco de vento.

fica difícil dizer de boca cheia "meu caminho" com as mãos cheias de
becos, descaminhos, encruzilhadas sem placa

não basta ser maravilhoso por fora
mais cedo ou mais tarde
o que tem por dentro acaba emergindo



um dia ainda aprendo superficialidades


.

e o que é vivo desabrocha







era um daqueles dias em que o estio faz uma pausa.
o que é belo aqui alguém fez, alguém trouxe.
tudo por aqui veio de longe por mil caminhos.
meu pai diria, solene: "a mão do Homem!".
de muitos homens, digo eu, homens e mulheres, vivos e idos.

despedi-me da primavera.

.era uma carroça de flores estacionada logo ali.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

planos cósmicos










quem sabe
um dia desses
nossas almas encontrem
a fórmula alquímica
que transforma em prazer
todas as diferenças
que extrai o mel
da poesia dos contrários
e nos faz levantar ancoras
para chegar mais perto
da nossa alma lírica.

quem sabe?

Brisa no rosto




o Solstício de Verão começa por essas horas. é uma data sagrada que nos mostra que a realidade espiritual é realmente real, e que  Deus, seja qual for o nome que Ele seja chamado, está no centro e irá trazer para aqueles que esperaram por tanto tempo, um senso de realidade espiritual que não foi antes possível. meus olhos correm as mesmas ruas, os mesmos cantos, dedilhando distraídos as linhas duras sem tirar nenhuma música. o único fato novo que carrego é o de ter tentado e falhado. Insistido! sem motivos aparentes. e falhado novamente. e só então, enfim, livre de expectativa, de peito aberto para o imponderável; tentada mais uma vez, só para louvar a derrota que marca a beleza imperfeita de meus sonhos.     

por o coração na mesa nem sempre cai bem. amor é prato que se come quente.



Feliz Solstício de Verão , então.


.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

estórias de tempos sem tempo


tempo
movimento
inquietação.
onde te levam
os passos incertos?
por dentro alargamento
rasgando-se em
pouco espaço.
que caminho trilhas
nas horas incertas?
todo  tempo é (com)passo.
a dilatação é nascimento
anunciando sons e sinais
de explosão e recomeço.



nobreza foge das cortes





de repente alguém
te pega no pulo
(não era gato.não tinha 7 vidas)
era Comendador?? enfim,
alguém passa batido pelas grades
e lhe atravessa a alma dura
sem esforço a máscara cai
e a verdade aparece.


aliás,
ser invisível por aqui é fácil fácil.
esses mil olhos passam batido
menos os meus,
acredite.



uma semana.7 dias.
de repente uma explosão.
pouco espaço
medíocre imaginação

libert(ação).

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direto do meu coração



eu tenho comigo, na rotina diária, uma pessoa incrível. meu super , mega companheiro. hoje , mais emocionada que os outros dias, preciso dizer que com você eu vivo super tranquila, você me acolhe e não saberia mais viver sem seu jeitão amoroso, sempre repetindo ao final de um xau :beijo, te amo. ou nas situações ruins um : to chateado mas o importante é que eu tenho você e você tem a mim, pra sempre.  e o mais gostoso é espontâneo e verdadeiro. todos os sustos que passamos (aproveito, novamente para agradecer a todos os amigos daqui que rezaram comigo)  graças a Deus,  você esta curado, livre de qualquer medicação só serviram para nos aproximar mais. obrigada por tudo. feliz aniversário. feliz , feliz, feliz sempre pois tua alegria, reflete em mim. preciso sempre de você. sempre.


amo.amo.amo.amo tu Theo meu filho que não para de crescer!
( 16 anos - altura-1,88 até quando foi dormir ontem.
insuportavelmente lindo a me olhar de cima....rs)


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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

lavro solos e abro espaço para que venham primaveras








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tropeço a cada passo em gritos escritos, sementes de incêndios . e a chuva que cai banha a tarde  com águas serenas e cobre toda a superfície da cidade com uma leve película translucida, multiplicando as imagens em mil gotas e poças d'água, como se tudo fosse feito de espelhos. um espelho frente ao outro, refletido o infinito vazio de dentro de nós.  a chuva que canta soturna seus ritmos fluviais, batucando nas folhas das árvores um som constante e hipnótico, como o culto mistico a um antigo Deus, que parece transpassar os ouvidos até os sonhos, onde navego nas águas da eternidade.  as águas em sua textura fluida, disforme, dissolúvel, efêmera, que escorre e penetra nas brechas da terra, que corre nas veias da vida como rios furiosos, nos corpos dos seres, nas almas aflitas, e leva os pesares todos para as profundezas distantes do abismo do mar.  cai chuva de vida, que as vezes soa como a morte, fundi-te a minhas lágrimas que também escorrem de meus olhos de ternura.  e na tarde escura lava os desconsolos, leva os desenganos, molha toda a incredibilidade e acalma meu coração. nos teus ciclos ei de renascer  como tu, transfigurada, transfiguradora, sempre velha e sempre nova, sem distinção no tempo, no eterno retorno de si mesma.
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Porque pensar é sofrido sentir.



´escrevo já com a noite em casa.
escrevo sobre a manhã em que escutava
o rumor da cal ou do lume
e eras tua somente a dizer o meu nome.
...
escrevo para subir às fontes
e a voltar a nascer`

Eugénio de Andrade


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sim há várias razões para se escrever - um amor quase perfeito, uma dor lancinante, uma forma de preencher a solidão. o meu amor não foi perfeito (nem quase) rs. por esses dias, minha escrita é o avesso de minha alma. o reverberar inverso de tudo que me transpassou, me habitou e me deixou, me feriu e me afagou.   tudo quanto eu não posso mais calar .  a angústia se dilacera em palavra, que vai para além de minha boca, se estendendo para fora de mim, me dizendo mais do que eu poderia dizer.  se tornando estranha, se tornando o outro . o espinho da dor cravou-se bem fundo e ao preencher a solidão, encontrei outras formas de viver o que não sabia que existia. por isso, vou continuar a escrever para voltar a nascer até que, um dia, a luz se apague!




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diz Florbela Espanca

garota, paisagem, sentimentos, solidao, tristeza



´quando me não quiseres mais,
mata-me por piedade!
deixares-me a vida, sem ti
é bem maior crueldade´

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perdoa-me, "Flor bela" ,
 mas às vezes, a maior crueldade
 é jogar com os nossos sentimentos
não é ficar sozinha! ficar sozinha
e com a nossa dignidade intacta
- é uma forma de vida.
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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

que o fim incerto justifique esse meio sem fim




"Quanto tempo demora? - perguntou ele.
- Não sei. Um pouco.
Sohrab deu de ombros e voltou a sorrir, desta vez era um sorriso mais largo.
- Não tem importância. Posso esperar. É que nem maçã ácida.
- Maçã ácida?
- Um dia, quando eu era bem pequenininho mesmo, trepei em uma árvore e comi uma daquelas maçãs verdes, ácidas. Minha barriga inchou e ficou dura feito um tambor. Doeu à beça. A mãe disse que, se eu tivesse esperado as maçãs amadurecerem, não teria ficado doente. Agora, quando quero alguma coisa de verdade tento lembrar do que ela disse sobre as maçãs."

Trecho de O Caçador de Pipas,
Khaled Hosseini
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(vida de trás pra frente, essa, esperando que no futuro alguém junte minhas pistas)

entre sombras que se espreguiçam















vida, movimento.inquietação.
arrastando a alma.rasgando o corpo.
meu centro anda em círculos e eu corro atrás dele, 
ele foge de mim. 
zigue-zague e  sobe- desce 
desenhados em cada entrelinha do que faço. 
em cada linha na minha palma, 
em cada marca nesta pele 
que insiste em se expor 
onde quer que eu me esconda.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

releve o desalinho



são momentos tensos que vivo.cravo as presas em mim mesma a cada dia.  a memória dói, às vezes.
às vezes parece que encontrei, enfim, a artéria escondida, o rio onde corre o que é vivo, o que é rico.

parece, só.  até agora tudo o que consegui foi uma gota ou outra.

o gosto é bom.

vou dormir .quem sabe sonho?

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ferimentos de palavras são incuráveis??




eu tenho uma janela
com venezianas
onde espio o mundo

por trás das minhas costelas
ainda menina
seguro meu coração
entre as mãos

muda e apreensiva…



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fui esquecida na porta do colégio, tinha 5 anos eu acho. fecharam o portão e fiquei ali. me sentindo a última e mais coitada das crianças, até hoje, vez ou outra me bate o mesmo desamparo  a impressão de que quem devia me buscar  esqueceu…

(tive pesadelo.acho que tenho febre...sinto calafrios)
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domingo, 16 de dezembro de 2012

nesses (des)caminhos todos....





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diz a lenda que com areia se faz vidro, se faz castelo de areia,
(ou se faz um estrago danado no olho alheio)

com terra molhada se faz tijolo, horta, cova rasa.
(com água se rega e se inunda)

pela vida a fora matéria-prima não falta.
( bons usos tampouco)

difícil é encarar depois sua imagem e semelhança.
( até  aprendermos que a dor de sentir tudo seco e destruído é só uma pausa)
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já andei em terra firme, mas ali perdi o pé









me sinto aérea. perdi a noção de tempo como percurso, nas lacunas  dos meus pensamentos, das  narrativas e as horas se desdobraram em desertos de horizonte espelhado, onde todo passo regressa a si mesmo. e por isso tudo em mim é distância, e toda distância é terra, que o vento leva ao léu. o que dói é não acreditar mais . é sentir que qualquer coisa que a pessoa disser não tem mais peso algum. pode dizer por exemplo que esta amando quanto odiando, que esta na esquina da sua casa como no Japão que não faz diferença alguma.  perder a confiança é terrível. preferiria estar assim arrasada por ainda amar, por lembrar dos momentos, essas coisas. estou me sentindo lesada. a cabeça dói muito agora,  nem conseguo ficar deitada. mas com paciência tudo vai se ajeitando....um dia de cada vez, não é assim?
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sábado, 15 de dezembro de 2012

um fio que se rompe, você fica em suspenso





outro dia , numa palestra, ouvi entre tantas coisas que todos nós  vivemos uma dupla existência e que na ambivalência do Ser se confunde em si: fome e amor. em uma composição remota que contrasta, liberdade e necessidade, entre um coração que bate sem saber porque, e uma alma que se inventa no ato de conhecer.  deve ser por isso, enfim, que corro a registrar o que me ocorre, o que me escorre entre os dedos, para ter ecos do que não se repete, para me convencer do inacreditável, para me aquecer de novo no calor de chama extinta. deve ser.
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Mas Deus, lá em cima, está vendo tudo


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eu aqui tenho ido um pouco aos trancos. às vezes duvidando um pouco do acerto das opções que foram sendo feitas nos últimos tempos. as situações inusitadas que não entendo, quando aparecem é para  arrebentar, ficam martelando a cabeça, deixando-me desconsertada ( de conserto mesmo) em fragmentos que parece que estou moída por dentro. recito meus pensamentos em uma língua morta (por que eu, por que assim?) e sigo repetindo como um mantra pelas ruas a dentro, como uma música interior que ressoa silenciosa pela solidão monumental da cidade colorida. avanço descompassada cortando o espaço geometrizado. em um movimento inerte cruzo por entre blocos de concreto e vidro, e as cortinas verdes dos jardins de decadência. vejo passar por mim sombras, projeções cinematográficas do que sei, que revelam em suas imagens turvas o que não sei, e talvez, não se possa saber, se não por um único segundo antes do esquecimento. caminho em suspenso, desvio de mim, já não consigo me alcançar. e subo, pairando, distante, distante... onde tudo parece pequeno, delicado, prestes a desaparecer. nuvens, sonhos...
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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

um cadenciado sombrio

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"más allá de cualquier zona prohibida
hay un espejo para nuestra triste transparencia"
Alejandra Pizarnik












perdemos o norte
quando vivemos
na sombra dos dias?

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uma chave torta, uma senha ilegível








São como um cristal
As palavras,
Algumas um punhal,
Um incêndio.
Outras,
Orvalho apenas

Eugénio de Andrade


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o coração não sente, os olhos não vêem mais nada. não tem luz que espante a sombra que vem de dentro. espelho algum me faz justiça, nem trincado nem aos cacos. espelhos precisam de luz e eu mal encontro os túneis. ultimamente, as palavras que escuto são punhais cravados nas costas! são uma armadilha, não por eu ser rude, mas por confiar demais em pessoas que são pequenas demais!!! porquê? já desisti de saber. já nem quero saber. vou me preocupar, sim com as minhas palavras para que sejam ouvidas por quem eu quero. principalmente pelos meus amigos.




(o bom da estaca zero é estar cercado dos bons e velhos vácuos conhecidos)
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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

porque as borboletas, não sobrevivem em desertos



                          tropeço na
                           calçada seca
                            e me lanço.

                        todo dia
                       é assim
                       uma orgia
                       de inocência
                         no meu jardim.














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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

uma coleção de amanhãs

o que existe é passagem. 
semeio laços nas linhas longas 
das minhas ruas.
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e eu que pensava não saber o que fazer com aqueles restos de interrogações que ainda  se engancham e não largam e teimam em ficar de pé sobre um minúsculo buraco negro. de repente via, ouvia tudo mudar de lugar e de sentido a poesia se fazia . "iluminuras" não existe mais.então nasce  fiapos de sonhos  mas como saber se um sonho é boa semente ou mera ilusão, fantasia que se esvairá em fumaça?  não sei. creio que apenas semeando alguns por aqui , buscando a receita dos bons frutos pra descobrir enfim que meu negócio é primaveras...tomara que em  dias abençoados e mágicos como hoje  -12-12-12- (permitindo-me simplesmente experienciar e aceitar tudo que preciso), possa, enfim, ver  sonhos transformados em vida, em arte, em milagre e me arrastem de volta a outras noites com essas flores, guardiãs noturnas de um feitiço doce que esparramam pelas sombras da vida que me aguarda.   enfim, o que salva esse voo de ser cego é seguir o meu coração.







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