quinta-feira, 31 de julho de 2014

quarta-feira, 30 de julho de 2014

a lição sem fim






(..) às vezes na vida se faz necessário rompimentos com o cotidiano para que possamos ver melhor o sentido do que fazemos, ou a total falta de sentido. hoje por exemplo, poderia alegar coisas nobres, ou quase, mas o fato é que se tem  ali adiante  uma explosão de estrelas cadentes prontas para caírem em seu colo e uma preguiça cultivada ao longo da estada. preguiça de sofrer, preguiça de explicar a ironia do dia anterior, preguiça daquele olhar sacana que  não foi alcançado. poderia ainda crer naquele futuro, escrever uma canção, começar uma dieta, nunca mais consumir material plástico, mas baby, isso é demais pra ela . prefere deixar assim, o dito pelo não visto como coisas que se perdem  nos vãos das palavras [e tempos depois se tropeça  nelas ou não].  a vida se degrada facilmente na rotina de tentar mantê-la funcionando, por isso a derrota pode ser a condição necessária para a consciência repousar em paz consigo mesma. vencer sempre pode ser um inferno....






*(re)lendo  "Mito de Sísifo", de Albert Camus


terça-feira, 29 de julho de 2014

na verdade não há suspense








por onde andava ela levava na bolsa
a receita da aproximação de almas:
buscar o melhor silêncio
enquanto se faz do sorriso um abrigo

-mais soluções que respostas




segunda-feira, 28 de julho de 2014

teus complexos, o nível do teu plexo...






(...)   penso ser desnecessário ter de experimentar tudo para saber se  gosta ou não,
ou se seria algo conveniente para seu destino
se  nós ainda não sondamos tudo inteiramente. sim.
não vamos nos apressar. depois de tudo, resta o que tem que restar.
 resta-nos saber o que. é por isso que estamos aqui  - mas o que isso quer dizer ?
- sim. não vamos nos apressar....
ela tinha ouvidos teimosos.amorosamente teimosos!



sábado, 26 de julho de 2014

(in)vulnerável ao tempo.






afadigou-se por dentro,
sem perceber que
o amanhecer acontecia ao avesso.

-é que tudo o que há nela é muito para fora





sexta-feira, 25 de julho de 2014

(des)atar




|reza a lenda que, no amor, há sempre um que ama mais do que o outro. dizem, ainda, que às vezes, com o passar do tempo, o que amava mais passa a amar menos e o que amava menos passa a amar mais. estranho caminho, o do amor, trilhado em alternância de afetos...não é ?|



'ah! bruta flor do querer
ah! bruta flor, bruta flor'






quarta-feira, 23 de julho de 2014

não importa o que aconteça




e passa o vento
entre os dedos
do desejo

acomodam-se mãos
penduradas
no vazio do destino

tudo passa, nada tenta



segunda-feira, 21 de julho de 2014

re.impressões






tenho um coração
apressado
em descompasso
e todos os meus versos
parecem ciganos
nômades (en)cantos
possuem a febre da rima
que arde e se abre

- me perdi no teu ser(tão) deserto...




domingo, 20 de julho de 2014

os laços se estreitam...





aprendo a observar a natureza e esperar o seu tempo

gosto de flores por causa da beleza,
do cheiro, das cores, do carinho, das lembranças…


me apaixono por gente
que na primeira conversa
já tem assunto como se conhecesse você há séculos.



[feliz dia do amigo, então]





sábado, 19 de julho de 2014

e depois, vento, não perguntes por mim





Por mais voltas que o mundo dê, um dia todos nós iremos nos encontrar em algum ponto. Um ponto pacífico, onde estaremos falando a mesma língua,  bebendo o mesmo vinho,contando nossas histórias e rindo, um riso leve e sincero. Assim, estaremos prontos para percorrer juntos este longo caminho; em que simplesmente falamos de nossos dias, vendo o futuro com olhos livres"

Charles Chaplin





[ enfim, para qualquer termo do tempo além dos anos
que nos avisarão da necessidade
 para a emigração
explodido o antigo dito: 
a Vida é nossa]




quinta-feira, 17 de julho de 2014

sono bom é mar tranqüilo...



às vezes derrapo
nas tarefas úteis e inúteis
que me acumulam.

pontos finais
são coisas de livro
aqui fora só vírgulas restauram o
fôlego


segunda-feira, 14 de julho de 2014

é preciso estar dentro da vida





a essência das coisas é senti-las
tão densas e tão claras,
que não possam conter-se por completo
nas palavras.
a essência das coisas é nutri-las
tão de alegria e mágoa,
que o silêncio se ajuste à sua forma
sem mais nada.


Glória de Sant'Anna






[tudo é tão tarde que já não tarda]


domingo, 13 de julho de 2014

Ah, os olhos. Isso ia ficar pra sempre....





O que vêem os olhos que já não nos olham aqui?
Como brilham? Como sabemos se ainda
sorriem por nos ver?
Lembro-me bem do brilho daqueles olhos miúdos…
escuros e  até de como sorriram, mesmo já tão doentes
 por, melhor que eu, sentirem a realidade quase no final.
Mas nem assim esconderam a esperança…

E eu quis acreditar que as forças chegariam...

Aprendi que a vida deixa de estar nas nossas mãos
quando a jogamos para lá dos nossos limites…
mas que nem assim deixa de nos pertencer.
Lembrarei sempre de ti 'Pai'
assim feliz nesta cidade que tanto amava .
Feliz aniversário atrasado na homenagem mas o
senhor bem sabe o quanto lhe abracei forte em minhas
memorias a 2 dias atrás.
Dê um beijo nesta bochecha rosada da mamãe e diga
que a amo.amo.amo.

0brigada por tudo "Pai"



sábado, 12 de julho de 2014

Com a impressão do devorado






“No princípio, eu guardava meu verbo amar debaixo de muita gramática. Se por prudência, também pelo medo de desbotá-lo ao deixá-lo vir à luz. Sempre vi a palavra penumbra como a claridade suficiente
 para proteger o amor.”

Bartolomeu Campos de Queirós,
 em “Vermelho amargo”.





[ bom é  quando  algo proporciona
a experiência de um coração aberto, 
permitindo que o amor se  derrame...]


quarta-feira, 9 de julho de 2014

O que serei, quem sabe, ultrapasse a tentativa....




Os meus sonhos propõem grandes voos justo no momento em que as questões cotidianas requerem a tua atenção.  Teu olhar me lê, desvenda as metáforas todas do meu silêncio, mas não compreende as entrelinhas dos meus versos. Neles, a realidade transita entre a verdade e a ficção quando represento a mim mesma como um personagem que precisa de palavras doces para 
esconder-se do mundo.





terça-feira, 8 de julho de 2014

Dividindo em compassos coloridos








Creio nos anjos que andam pelo mundo,
Creio na deusa com olhos de diamantes,
Creio em amores lunares
 com piano ao fundo,
Creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes;

Creio num engenho que falta mais fecundo
De harmonizar as partes dissonantes,
Creio que tudo é eterno num segundo,
Creio num céu futuro que houve dantes,

Creio nos deuses de um astral mais puro,
Na flor humilde que se encosta ao muro,
Creio na carne que enfeitiça o além.

Creio no incrível, nas coisas assombrosas,
Na ocupação do mundo pelas rosas,
Creio que o amor tem asas de ouro. amém.

Natália Correia







[creio em descanso para o olhar
e tempo de abraçar...
a realidade é apenas
um milagre da nossa fantasia]

domingo, 6 de julho de 2014

começo a buscar a despalavra





o som do vento
a cor da flor matutina
a presença da esperança na retina
o afeto que aproxima
amanhece, ameniza, favorece, anima

liberdades são tantas.....




sábado, 5 de julho de 2014

E não proíba a repetição...




na beira da janela
 lembrando dos dias gris
 ela acabou  por colorir-los
 e  sentiu  nas cores
   que o irreal é muito,
    muito, muito
      mais que quase.


           anseia pelo momento
            em que
        de olhos fechados
      e a alma completamente  despida
                    se deixa ir.....



terça-feira, 1 de julho de 2014

atrás, o sol esquentando nossa pele....




as coisas andam confusas.  por isso paro para parecer proposital a perda de paradigmas precipitados na apropriação  de conclusões [palavras ditas inadvertidamente poderiam agregar confusão à existente e tudo atrasar por isso]  será que é possível que se possa ser passional com a pessoa pressionada à passear na passagem do pensamento pulsante?  acho que gosto de experimentar desassossegos, cheiros inusitados e rajadas de vento.   dentre as mudanças, prefiro aquelas que não tecem motivos para acontecer.  aquelas que se interpõem feito tiro – entre o disparo e o alvo.  mesmo que eu perdesse horas contando o tempo que passa, contando o quanto certas coisas demoram de fato eu nunca saberia de onde veio o vento do outro dia, aquele aguaceiro depois...  porém a partir de apenas um olhar, todo um novo jogo de perspectivas pode começar...
 Jogos da vida.