segunda-feira, 12 de agosto de 2013

0 vento entra sem pedir licença



a vida será sempre mais,
ainda que na imperfeição
do todo que a há de consumir
há o rasgo da espera
e a imutabilidade da esperança,
e há a constância da presença
que nos ergue e conduz
à fluorescência do olhar
sístole de um coração que bate.
somos pântano onde flutuam folhas caídas
na inexorável passagem dos dias
a irreversibilidade do tempo
 -de novo se reconstruir...

...e há cicatrizes com boas lembranças!










domingo, 11 de agosto de 2013

Um fim de mar colore os horizontes



  diante de si  o mar vocifera lindamente. decerto escorre-lhe a ira dos pecados dos outros. queixas que arremessam espuma de raiva, quiçá.  qualquer natureza se indigna quando lhe tiram o chão, quando lhe cortam os pedaços de vida. ela ia devagarinho, pela sombra dos sorrisos, ou pela contracurva das emoções, de boca entreaberta. e, na quietude que se entardecia, expirava, então.  sabia que o sol já não vai voltar a aparecer hoje. talvez nem amanhã. escurece um dia que foi cinzento e brando. arrefecido de emoções.  pouco lhe resta de vida, apenas umas horas para acabar. até os dias sabem quando morrem. fica a impaciência de os viver, de os sofrer, de os agarrar. afastam-se as nuvens para deixar que o espetáculo comece sob o brilho que vem do quarto da lua. o dia vai debruçando-se  na mar  deixando um arco-íris de cristais d´água  aliviando nossas (des)esperanças.