domingo, 20 de outubro de 2013

No vão de todo o meu assombro





eu sei que você sabe que não sei estar contigo sem coração. principalmente quando não me encontro nas linhas imaginárias da tua mão, nos tons da tua nota azul ou em qualquer outro lugar sem fim. e por vários dias não o tive. estavas por aí, num quinto da superfície da terra, no grande rio que o circundou.  [foi assim também, um dia, quando os gregos ditaram verdades ao mundo] .  e nós sabemos, sabemos tão bem, meu bem, que verdade, verdade é apenas o que não [nos] aconteceu. de resto, aguardo o tempo. esse tempo insofismável em que se fará o regresso ao coração.

sábado, 19 de outubro de 2013

As horas que o sonho não guardou









o asfalto e os tetos me seguem por desertos e mares, e nada junta meus cacos. reflexos de sorrisos passados, a melancolia de um céu que entreabre um pedaço de mar.  uma possibilidade de regresso ? mãos abstratas seguram espelhos de vento.  o tempo por trás das palavras torna-se insuportável. existe chuva por onde não passamos em certos invernos mas o que fazer com as  raízes do coração? qual o caminho mais curto para o destino? mais um pouco e virá o tempo de soletrar o vento que nos agita a alma. o tempo de rasgar a indecisão e partir com aqueles que nada sabem. olho para as linhas das mãos e vejo atalhos. atalhos para quem chega. atalhos para quem tem de partir.