
Eu ouvi numa canção country que o tempo não será sempre igual vai de galope e fuga sobre a miragem do que fomos e do que somos frágeis. Pensei que quando vejo o céu, vejo tanta coisa, tantas mudanças ligeiras.... libélulas que parecem de brinquedo e pássaros ritmados. Neles inscrevo meu ideal de mulher/nuvem e me transporto para a fronteira do dia, até que escurece e não vejo mais nada. Uma vez li um livro de Virginia Woolf (que não recordo o nome) em que os personagens desenhavam nas nuvens. Nisto consistia seu pacto de cumplicidade e poesia...As Ondas talvez...Se todas as pessoas fizessem pactos assim, a vida teria um colorido extra,um psicodelismo afetivo, o ácido da reunião do espírito... Porque assim invertidos, os pensamentos descem e assentam na mente, como a poeira das nossas emoções. Confesso que se existe uma coisa que me descola da Terra são as nuvens. Porque elas são como os sonhos. Nelas as cenas nascem e morrem numa fração de segundos e não voltam, meu amor, não voltam....