quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

alienando-se das próprias lembranças





 ali, onde havia palavras simples, banais, perceba algo extremamente belo, algo inesperado, algo que não é preciso que seja bom na hora, não é preciso sequer que seja meio bom. basta que crie memórias, que seja matéria prima para a imaginação fazer suas obras. que é o que me sobra. pode ser pouco, mas é o bastante para que você se inspire, para que você me ame e fique. ou, mesmo que você não me ame, que essa leitura seja também uma forma de amor pois basta umas poucas imagens, recortadas para eu montar meu próprio prazer em infinitas colagens, trocando a ordem das mãos, embaralhando as pernas, redobrando cuidados. 
na hora, basta não ser perecível. muito menos previsível, para não destruir a expectativa do imaginário
 com repetições. 
em mim, também, foram destruídas muitas coisas que julgava iriam durar para sempre, e novas coisas se edificaram...





"e quem sabe, então
os escafandristas virão
explorar sua casa
seu quarto, suas coisas
sua alma, desvãos...''

chico buarque 

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

canta o teu canto que é pra me encantar









um monge lá do Japão dizia:


' abra as mãos
e o universo
caberá em
suas palmas'



e quando 'pegarmos o Universo', precisamos ter as mãos abertas,
ele é tão imenso que, ao fechar um dos dedos, escapa correndo...



'aqui' theory of mind