quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
debaixo dágua ficaria para sempre . ficaria contente
Cecília Meireles me acalma num dia inquietante :
"O verso equipara-se às braçadas no oceano. Trata-se de um processo respiratório, de controle de ar. Mergulhar na sensação e subir a tona para respirar. Uma conclusão afetiva do fundo sucedida por uma observação prática da superfície. Subir com os olhos para prever o ponto em que se nadou e novamente mexer os braços em direção ao fundo. Inspirar, respirar. (...)"
[acabei me lembrando de uma cena no final do filme Naúfrago com o Tom Hanks em que ele fala:
- Eu sei o que preciso fazer. Eu preciso respirar.]
enfim acho que é bem isso. alguns se sentem bem no fundo do mar. outros são "peixes de superfície". mas no final estamos todos no mesmo oceano.
Todo dia / Todo dia, todo dia / Todo dia respirar...
vou pra debaixo d´agua.
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
eu aceito enternecida o que me é dado
a cura pra tudo é sempre água salgada:
o suor,
as lágrimas,
e o mar.
.
não há nada nas entrelinhas, só espaço para ressonâncias
a porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.
assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
e sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
e os meios perfis não coincidiam.
arrebentaram a porta. derrubaram a porta.
chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
era dividida em metades
diferentes uma da outra.
chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
nenhuma das duas era totalmente bela.
e carecia optar. cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
-Carlos Drummond de Andrade
(sempre há a possibilidade de troca de energia
entre sistemas oscilantes, creio eu)
´...a ilusão é pensarmos que aprendemos por meio da verdade.
estude todas as mentiras e encontrará a verdade relativa do mundo que vive...´
- Eric Ellwanger
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