sábado, 8 de junho de 2013

E o desencanto, encantamento...



[pensei pensei,

pensei pensei,

pensei pensei,

pensei pensei,

soprou o vento neste momento,

e eu esqueci o pensamento]







A alegria não está nas coisas, mas em nós



María Dolz, uma solitária editora de livros, admira à distância, todas as manhãs, aquele que lhe parece ser o “casal perfeito”: o empresário Miguel Desvern e sua bela esposa Luisa. Esse ritual cotidiano lhe permite acreditar na existência do amor e enfrentar seu dia de trabalho. 
Os Enamoramentos nos revela muito mais do que a verdade sobre um trágico evento. É, acima de tudo, uma investigação metafísica sobre a vida, a morte, o amor e a moralidade. E também um fascinante tratado sobre o estado de enamoramento, um estado positivo e redentor que parece justificar quase todas as coisas: ações nobres e desinteressadas, mas também as maiores crueldades.


Trecho:


“Pareciam ser dessas pessoas feitas uma para a outra; e embora se visse que eram casados, nunca surpreendi neles um gesto edulcorado nem forçado, tampouco estudado, como os de alguns casais que convivem há anos e fazem questão de exibir o quanto continuam enamorados, como um mérito que os revaloriza ou um adorno que os embeleza. Era, em vez disso, como se quisessem ser simpáticos um ao outro e se agradar antes de um possível namoro; ou como se tivessem tanto apreço e bem querer desde antes do casamento, ou de se juntarem, que em qualquer circunstância teriam se escolhido espontaneamente — não por dever conjugal, nem por comodidade, nem por hábito, nem mesmo por lealdade — como companheiro ou acompanhante, amigo, interlocutor ou cúmplice, na certeza de que, acontecesse o que acontecesse ou sobreviesse, ou o que houvesse que contar ou ouvir, sempre seria menos interessante ou divertido com um terceiro. Sem ela no caso dele, sem ele no caso dela. Havia camaradagem e, principalmente, convicção”.

Os enamoramentos
Javier Marías
Companhia das Letras


sexta-feira, 7 de junho de 2013

semiótica



que o mel é doce,
é coisa que eu me nego afirmar.

mas que parece doce,
isso eu afirmo plenamente.


Raul Seixas















(a  semiótica é um saber muito antigo,
que estuda os modos como o homem significa o que o rodeia)









Amanhece





o Tempo
em movim
ento aleatório
circula além do eixo
eu? deixo
não me queixo
que o voo escolha.
em dias de vento alvoroçado
voa o coração alçado
quanto mais alheio
mais distante
mais alado


















[ ...as entrelinhas neste   belo vídeo]