sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Achava que era felicidade, era só verão...






  enquanto juntos, sentia. e sorria.  o amor vinha, sorria. e queria. numa fração de segundos tudo mudou. ela ri, como quem desespera. um choro ao revés. de quem sabe que o começo já é o fim.  o tempo fecha. ela se lembra que era só sentir aquele cheiro de terra, começar a ouvir um ou outro pingo escapar do céu, que  corria pra pedir: "pai, mãe, posso ir lá fora tomar chuva?". era tão simples. tão bom, tão fácil [e  nunca pegou uma pneumonia]. mas algum dia, aí  já não lembrava quando e nem lhe pergunte por quê algum dia não sabe como é que foi que passou a ter medo de se molhar....














quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O pensamento vai além do que nossos olhos podem ver




uns tempos atrás, uma pessoa  conhecida disse-me que estava aborrecida com a vida que levava no campo [era uma vida confortável e encontrava ali tudo o que precisava]. porém, não conseguia encontrar um "significado último" que desse sentido a tudo aquilo. quis explicar-lhe que assim era todo o lado. estranhamente, não consegui dizer qualquer palavra. pensei, pensei e filosofei:

 - Todos os sucessos estão encadeados no melhor dos mundos possíveis. Por consequência, quem afirma que tudo está bem diz apenas uma asneira. É preciso afirmar que tudo vai pelo melhor.  ( Voltaire) 


nunca compreendi o "significado último" de nada  e ela tampouco a minha "vã filosofia"....Sorrimos chegamos a conclusão de que tudo está certo, mas é preciso cultivar a nossa horta...

 tim-tim!











quarta-feira, 7 de agosto de 2013

E continuou fazendo jardins...




    quando a esperança lhe invade os olhos, contagia. a nostalgia sempre lhe chega num pé de vento. ela suspira. pensa que deveria  de ter uma tulipa tatuada nas costas [não faz mais falta isso], tem uma flor geminando na alma. quando expira, pólen. sabe adornar um vazio: esse poço antigo enlaçado de flores. alaranjadas. onde se mata o tédio. na mão aperta, com fé, uma estrela cadente [aprendizado que veio da avó]. risca no ar um desejo enquanto se desfaz. poeira lunar nos pés. raio de sol para fisgar novo dia. e um sopro suave para mudar o ar da noite. tira o laço vermelho que lhe apertava o peito, amarra nas bordas do dia. saia pespontada de horizontes. o pensamento branco, branco. uma paz inquieta escoando o orvalho desse novo dia. no céu, nuvens de filó. e a terra gira azul, azul, feito carrocel . sorri. o medo dança....
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´0 grito incontido
rasgando a mais
 translúcida das folhas,
e tantos passos, tantos passos
abafando a lira do exílio´.
Maria Amélia Neto