domingo, 11 de agosto de 2013

A rotina sistemática




feliz daquele
que não precisa
fechar os olhos
para encontrar
a imagem de seu pai.














tradução aqui




´meu pai sempre dizia: 
não levante a sua voz, 
melhore os seus argumentos´

saudades. muitas e muitas.
Feliz dia Teu.

sábado, 10 de agosto de 2013

.......e o que é que te apetecia mesmo fazer hoje?





quando acontecia uma coisa bem boa, ela precisava conta  para alguém; aliás, contar para vários alguéns, contar para o mundo. então, pegava o telefone e ia ligando, pela ordem de amizade, só que nem sempre o universo conspira a seu favor. outro dia, às 2h da tarde, teve uma boa notícia e correu para o telefone. na primeira chamada, atendeu a secretária eletrônica, mas nem deixou recado. na segunda, o celular estava fora de área, na terceira, ouviu um "não está dando para falar agora, te ligo mais tarde"; a partir daí, nem lembrava mais. só poderia contar sua alegria a alguém muito íntimo, e teve aí o primeiro susto: quantos amigos íntimos tinha? poucos, muito menos do que imaginava. e lembrou de seu pai e de sua mãe; os pais são as únicas pessoas que têm todo o tempo do mundo para nos ouvir e são solidárias não só nas nossas tristezas como também nas nossas felicidades. para não se deprimir reativou sua alegria no facebook antes que murchasse de vez....

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Meu riso sobe ao céu a procurar-te




posso te fazer esquecer   este mundo parvo, que desrespeita o belo e deixa a vida sem graça. dá-me em troca três palmos desse corpo onde me esconderei e deturpo as pérfidas mensagens que estão acumuladas. o seu corpo é um continente estendido sobre meus devaneios, uma viagem em que se encontram pequenos portos. sei que sobre os seus olhos, de cílios espessos, os sonhos escondiam-se da luz e iam tremer levemente a cada toque [porque eram olhos intocados]. serviam para ver o mundo, mas estavam desacostumados a ficar assim fechados , cerrados como persianas [com o olhar guardado para um quarto íntimo].  imagino  o que ele fará com os  movimentos desconhecidos que brotavam dos meus dedos . pressões levíssimas, giros suaves , enquanto tensionava a garganta ou soltava um ai que poderia ser de prazer ou de angústia, se  todos os sentimentos são possíveis quando despertados por toques da longa noite dos silêncios... óleos mágicos gotejavam feito água, pingos de ouro escorriam dos vidros como paisagens de aromas. que se prendem a mim como colagens.  quero, quero-me, quero-te. haveria por ali um
 campo de lavanda?  ...foge-me a realidade.



dur by Johann Pachelbel - Kanon in D on Grooveshark

Achava que era felicidade, era só verão...






  enquanto juntos, sentia. e sorria.  o amor vinha, sorria. e queria. numa fração de segundos tudo mudou. ela ri, como quem desespera. um choro ao revés. de quem sabe que o começo já é o fim.  o tempo fecha. ela se lembra que era só sentir aquele cheiro de terra, começar a ouvir um ou outro pingo escapar do céu, que  corria pra pedir: "pai, mãe, posso ir lá fora tomar chuva?". era tão simples. tão bom, tão fácil [e  nunca pegou uma pneumonia]. mas algum dia, aí  já não lembrava quando e nem lhe pergunte por quê algum dia não sabe como é que foi que passou a ter medo de se molhar....