domingo, 8 de setembro de 2013

Um frescor renovado


busco prazeres simples para que um dia  não degringole em relacionamentos complexos ou discussões estéreis. já faz um tempo, ando imaginando o amor não como um fogo que se consome, mas como um núcleo fogoso e imantado em torno do qual, para que não se consuma ou morra, podemos colocar camadas geológicas, reinventando o amor à medida que o tempo passa com exercícios de criatividade nas relações. será que assim, poderemos proteger o núcleo e inventar invólucros, chamas, fogueiras que ardam, proporcionando ao amor a proteção e a redondeza da Terra? porque o amor deve ser redondo, as coisas importantes da vida são, como os ovos, as bolas e as barrigas grávidas. pensando assim, o amor nunca seria quadrado, não acha?


Deslizando pelas mínimas pistas





no quarto,
sem reserva,
o desejo adentra
quando amanhecendo
sua voz (outra vez)
me penetra.
pretéritos nós
que o tempo,
atroz sujeito,
conjuga no presente
quase-(im)perfeito.
 somos pessoas plurais
de um verbo singular
em suas formas (i)nominais
e modos imperativos de declinar
e me reciclas
− imagem surreal −
quando traça em sua vida
meu retrato ideal.
e eu (te) lembro depressa
que você brilha e
me ilumina quando
me visita por dentro

sábado, 7 de setembro de 2013

Antes que o dia tocasse de leve a superfície da aurora


inventar é necessário, pois repetir as fórmulas que deram certo no passado não garantiria, no momento atual, o mesmo sucesso. criar é essencialmente bom. atrever-se a inovar e, principalmente, praticar o que for insólito pois uma vez que tiver vivido um pouco, você descobrirá que o que quer que envie ao mundo  voltará para você de um jeito ou de outro. pode ser hoje, amanhã ou daqui a anos, mas  acontece [geralmente quando menos se espera e de uma forma bem diferente da original]. esses momentos de incríveis coincidências que mudam seus conceitos parecem obras do acaso na hora, mas não acho que seja isso. ao menos é como as coisas têm sido na minha vida. e sei que não sou a única....
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Quis pegar
entre meus dedos
a manhã.
Peguei o vento.
|Manoel de Barros -
Compêndio para uso dos pássaros|

O dia em que o header sumiu!










Lá em casa, eu adorava ver meu pai destacando da "Folhinha do Sagrado Coração de Jesus"  e lendo em voz alta os pensamentos e o nome do santo do dia. Depois, quando adolescente eu gostava de saber as origens e os significados dos nomes das pessoas. Os almanaques traziam essas curiosidades, e era neles que muitos iam buscar inspiração para batizar os filhos. Procuravam significados e sons que funcionassem como um bom presságio. Hoje, qual o sentido de nomes que se vão fundindo por aí?: Francisbel, Francislene, Richarlyson... Sim, há nomes antigos que são fusões, como Marinês – mas são fusões eufônicas, consagradas. Por que inventar coisas esquisitas? Precisa?  O sobrenome Sarney, dizem, foi invenção: juntaram o som do inglês "sir" com Ney. Sabe-se lá. Parece explicação para forró, que, segundo alguns, seria como os nordestinos entendiam o "for all" dos soldados americanos acantonados em Natal durante a II Guerra.

Na literatura é diferente. Autores inventam para suprir, para exprimir o que não encontraram escrito. Você não acha no dicionário a palavra sagarana. Guimarães Rosa a inventou depois de procurar muito tempo um título para o seu primeiro livro de contos. Juntou a palavra nórdica "saga" (radical germânico, de significado próximo a epopéia) com o sufixo "rana", do tupi, que significa à maneira de, ou com jeito de. Sagarana: à maneira de epopéia.


Na verdade o que eu queria  era reivindicar ao blogger o meu header [o nome "fiapos de Sonhos"] que hoje misteriosamente sumiu do cabeçalho e não ha meio de traze-lo de volta. Alguém saberia me explicar este fenômeno??? ( consegui de volta quando coloquei uma imagem de fundo). Ainda não entendi....



( para quem gosta , achei a Folhinha Virtual do Sagrado Coração de Jesus   aqui)