há coisas irresistíveis nessa vida . há todo tempo vem como alento.
[assopro suavemente. sei que vai ser bom e aproximo da boca,
das narinas e o cheiro vem inteiro, quente, mais cheio agora do que antes,
quando o café se misturando enchia a xícara até a boca]
andei por aí tentando rimar alecrim com teus olhos como se fossem eles o motivo de eu ficar aqui imaginando as palavras na tua língua. as folhas estavam agitadas pelo frio seco e ensinavam um novo caminho distraído, mas inquieto. quis voltar e partir para o inverso daquilo que planejei. mas os planos já estavam feitos. segui pela sonoridade que o coração insistia em lembrar. eu imaginei quando por trás de mim o mundo acontecia. tão perto. íntimo. lembrei do mundo real. sangrento, solitário, barulhento e indiferente [ frio como gelo que não derrete]. mas quando tu chegaste batendo palmas no temporal só dei pelo que não tinhas a cor, o perfume, o calor as décadas. das tuas posses me permites o que desejas perder. mas o que mais tu tens - que essa luz continua acesa?
sopras então, nos meus quatro cantos uma cançãozinha de lá de onde eu venho: