sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Alquimia do mesmo caminh0






posso atravessar o deserto, se dentro de mim ainda houver uma flor pequena delicada sem espinho.  a flor que deixou comigo. essa flor que dura, mesmo sob o sol, mesmo contra o sol e por vezes furiosa.   tudo começou como uma semente, criou raízes e emergiu, jamais será uma invasão, mas uma possibilidade de ajuste, um fogo de ramos perfumados, crescendo para dentro da casa, do quarto, do peito, através das janelas quebradas, contra o vidro.   posso, se quiser, demarcar certos espaços para que nossas almas se  entrelacem nessa flor que fende as rochas,  no corpo enraíza e com perfume para  lavar da áspera solidão e estar confortável na minha pele. posso atravessar o deserto, se dentro de nós ainda houver a pureza  de uma flor intacta .
  

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Escorregando no sopro das marés










o mar imenso
concha e areia
pelo céu da boca
a palavra escorrendo

no canto da retina
a poesia marulhando
levando -a esvoaçar
sem destino
por dentro do vento


quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Que cheguem ao coração e a mente





desejo que você reformule tudo. quanto mais rápido você fizer isso, melhor. desejo também que tenhas a percepção de que a alma constrói, mas  quando percebe que o que construiu não condiz com seu verdadeiro destino, ela mesma destrói para que nada limite o processo que conduz à aproximação ao verdadeiro eu.  pensando assim, na liberdade de ser o que quero, todas as manhãs olho o horizonte para ver o tempo e, na linha do tempo, as asas do amor voltando ao meu refúgio.    não pense que os ancoradouros mudam de lugar. quero que traga seu barco carregado de afeto e de flores. traga-me também os seus medos e as suas dores recônditas. sopro as feridas como a deusa que habita todas as mulheres.  e selo a vida com o beijo das celebrações inesquecíveis. não nasci só para alinhavar palavras. há ternura, compreensão, carícias plenas. há humanidades indizíveis...







                 






**musica:
''Tara tem o poder eterno de salvar 
as criaturas atravessando-os 
com total segurança pelo horrível
 “oceano da existência fenomênica,
 pois o mar inteiro é o brincar cintilante
 e ondulante de sua shakti”.

tem mais aqui