sexta-feira, 20 de junho de 2014

quanto menos tempo de vida lhe resta, menos você quer desperdiça-lo







apenas passo os olhos pelos jornais; jogo-os fora, alegremente, porque eles pretendem dar-me notícia de muitos problemas, e eu não tenho nem quero problema nenhum. na verdade gosto de drama. de sabor a saliva misturada com lágrimas. de suores colados em camas desfeitas. de latejar de veias. de emoções violentas. de vida de carne.  gosto de momentos sem regras. sem horas. sem amanhã. gosto de vidas agarradas em sopros. gosto de alturas e de vãos e pontes. de lâminas e do torpor etílico. gosto de chãos e de mesas. de voar. gosto de dentes espetados. de unhas que marcam e de olhares descontrolados. de urgência. de vontade. de vida com vigor. gosto do mundo no corpo.
[ termino mais um livro com sorriso no rosto e uma sensação de que a vida pode ser uma aventura cinematográfica.,
 ô se pode!]




´´passou este verão
outros passarão
eu passo

mas não me leve a sério...´´

chico buarque

quinta-feira, 19 de junho de 2014

..e pela minha lei, a gente era obrigada a ser feliz!





As suas canções tem  como toda a gente o milagre de cada dia escorrendo pelos telhados. Ele notabiliza-se especialmente pela obra musical , verdadeira cronica de seu tempo. Ele é marcante por sua imensa capacidade de criar belíssimas canções tanto com temas românticos  quanto sociais , na perspectivas dos 'desvalidos, dos infelizes, dos mutilados'. Mas a dor do gente humilde que ele canta é também carregada de esperança, pois 'amanhã  vai ser outro dia'.  Em sua obra , os simples -- Juca, Januário, Rita, Geni, João e  Maria -- tem vez: Pedro pedreiro não sabe,mas talvez no fundo espere alguma coisa mais linda que o mundo, maior que o mar...'



Chico Buarque de Hollanda

feliz dia Teu!

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Entre página. Entre solidão.











suspirou três vezes como quem faz o sinal da cruz no ar. quando se alongam os dias e os silêncios, ela se ausenta, pra se sentir inteira e não atingir medidas. queria  uma certeza pra toda dúvida. janela acesa em noite escura. cais onde aportar. bonança, depois da tempestade. uma vida a costurar na sua, com o fio comprido do tempo. porem  há a ventania que fere os cantos mais sensíveis. e fere até os brutos, [se duvidar são os brutos que se deixam ferir por não serem tão brutos assim como pensam]. cantos que guardam amor e juntam esperas. os corações nesses cantos batem descompassados porque têm motivos pra bater assim. e, na essência, cada canto guarda um céu.








"por vezes,temos de ser desembrulhados
para percebermos quem somos realmente."

in "A Prenda"