ela tinha que ela mesma se erguer de um nada. tinha ela que se entender. inventar por assim se dizer a sua verdade. imaginou músicas, tons, versos, pessoas e frases. em frente a uma vista estonteante da cidade se afastando sentiu correndo em suas veias a vontade de viver. a ânsia de fazer valer a pena cada segundo da sua vida e não ver estradas que se arrependeu de não seguir, caminhos que por covardia não tomou e nem viveu tomando atalhos. queria caminhar o tempo que fosse e não parar antes de exalar o último suspiro. seguir viagem. olhar o céu, mesmo que fosse pela janela de um avião que a levava ao desconhecido. ao lado de um desconhecido. com os olhos fechados conseguia imaginar o vento das 'Ilhas da Porção Meridional do Egeu' levando os seus cabelos, sentia o nariz gelado do frio que fazia lá. inspirando e expirando aquele ar puro e céu azul, tão indescritível. sorriu com a ideia dentro de uma livraria, coisa súbita, repentina.
vontade de viajar...
