sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

não caibo em mim, às vezes.





no salão de festas, até que o relógio  soasse, gritos e risadas e esconjuros agudos revoavam entre as paredes altas. cercadas pelo rebuliço, meninas se davam as mãos e, olho no olho, giravam giravam giravam até que cabelos e saias e pés ligeiros virassem um pião vertiginoso, rodopio ensandecido em torno das mãos apertadas, pacto suicidário selado pelo olhar elétrico, pelos olhares intensos e cúmplices e embriagados de duas meninas em redemoinho....









'eu amava a
possibilidade do novo
eu tinha um
medo tão grande
mas até
ter medo era novo.'

|oswaldo montenegro|