sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Pelas frestas...


(via a-voando, jasminmeyer)


(..) mil horas sem sono, mil sorrisos forçados, mil súplicas quando a saudade bate. havia esperança e havia caminho. havia tempo. todo o tempo, menos aquele instante quase absurdo, em que tinha a certeza,  ela o amara. não sabia precisar se durante, se ainda, se quase sempre. virou-se de costa e esperou. os instantes regressam. têm que regressar.  mas que não seja só pelas ondas ritmadas da memória. saberia chorar um oceano, se preciso fosse. só por essas ondas, ritmadas, da memória. mas não prosseguiria, assim....




quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Um jeito de alongar os braços





 você concorda que há experiências que não precisam ser compreendidas de imediato, apenas sentidas com a intensidade que lhes seja inerente?  imagino   quando, enfim, a oportunidade nos colocar frente à frente, o poder afrodisíaco dirá mais do que muita explicação.  próximos, um beijo vale mais que palavras.   em contato, a linguagem do corpo não deixa dúvidas de que o desejo é a consequência mais ostensiva da saudade que dói.   deixa então, na mão do desejo a compreensão desse momento.
talvez nunca sejam compreendidos, mas o que importará isso?
quero desejo,
muitas vezes...




'ponho no vento
o ouvido
e escuto a brisa
que brinca com
teus cabelos
e te alisa'
Vinícius de Moraes

domingo, 25 de janeiro de 2015

ondular suave







e o vento cerca-me.

  e o vento prende-me.

   e o vento abraça-me.

        esqueci-me de retornar.

                e fiquei inventando histórias para mim.

                    fazendo de conta que a mais bonita de todas
                                                     
 ainda não me aconteceu







quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

alienando-se das próprias lembranças





 ali, onde havia palavras simples, banais, perceba algo extremamente belo, algo inesperado, algo que não é preciso que seja bom na hora, não é preciso sequer que seja meio bom. basta que crie memórias, que seja matéria prima para a imaginação fazer suas obras. que é o que me sobra. pode ser pouco, mas é o bastante para que você se inspire, para que você me ame e fique. ou, mesmo que você não me ame, que essa leitura seja também uma forma de amor pois basta umas poucas imagens, recortadas para eu montar meu próprio prazer em infinitas colagens, trocando a ordem das mãos, embaralhando as pernas, redobrando cuidados. 
na hora, basta não ser perecível. muito menos previsível, para não destruir a expectativa do imaginário
 com repetições. 
em mim, também, foram destruídas muitas coisas que julgava iriam durar para sempre, e novas coisas se edificaram...





"e quem sabe, então
os escafandristas virão
explorar sua casa
seu quarto, suas coisas
sua alma, desvãos...''

chico buarque