domingo, 1 de fevereiro de 2015

A partir de dentro, por um ousado valer




 no ar, a interrogação vibra como uma onda invisível.  meus olhos brilharam, mas nunca sei se ilumino alguma coisa em você ou se desço as persianas onde ficam frestas para novas indagações. há no caminho um labirinto que indica e devolve a questão. um movimento entre o saber e o não saber. um contraste de fala e silêncio, como se as revelações possíveis voltassem sempre para a roda das perguntas.  o movimento circular se completa e me deixa zonza. um carrossel de beleza e ilusão. um parque de diversão particular, risadas fáceis, uma infância explícita, seriedade que brinca de esconde-esconde. e a maçã do amor sempre trincada entre os dentes nunca sei se a mastigo ou se a deixo ali, escorrendo como a delícia prometida. há indagações e doçuras nas tuas falas , entro em transe e saio à francesa. é preciso saber se a resposta está dentro da pergunta. é preciso saber se a pergunta está dentro da resposta. é preciso saber se estamos dentro um do outro. 
sim. é preciso.




sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Pelas frestas...


(via a-voando, jasminmeyer)


(..) mil horas sem sono, mil sorrisos forçados, mil súplicas quando a saudade bate. havia esperança e havia caminho. havia tempo. todo o tempo, menos aquele instante quase absurdo, em que tinha a certeza,  ela o amara. não sabia precisar se durante, se ainda, se quase sempre. virou-se de costa e esperou. os instantes regressam. têm que regressar.  mas que não seja só pelas ondas ritmadas da memória. saberia chorar um oceano, se preciso fosse. só por essas ondas, ritmadas, da memória. mas não prosseguiria, assim....




quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Um jeito de alongar os braços





 você concorda que há experiências que não precisam ser compreendidas de imediato, apenas sentidas com a intensidade que lhes seja inerente?  imagino   quando, enfim, a oportunidade nos colocar frente à frente, o poder afrodisíaco dirá mais do que muita explicação.  próximos, um beijo vale mais que palavras.   em contato, a linguagem do corpo não deixa dúvidas de que o desejo é a consequência mais ostensiva da saudade que dói.   deixa então, na mão do desejo a compreensão desse momento.
talvez nunca sejam compreendidos, mas o que importará isso?
quero desejo,
muitas vezes...




'ponho no vento
o ouvido
e escuto a brisa
que brinca com
teus cabelos
e te alisa'
Vinícius de Moraes

domingo, 25 de janeiro de 2015

ondular suave







e o vento cerca-me.

  e o vento prende-me.

   e o vento abraça-me.

        esqueci-me de retornar.

                e fiquei inventando histórias para mim.

                    fazendo de conta que a mais bonita de todas
                                                     
 ainda não me aconteceu