terça-feira, 10 de novembro de 2015

Tem algo de amargo na doçura que fica do que se foi



para Jana

(...) ah vida surpreendente! com um sorriso triste suspirou sabendo que para ela era sempre a mesma coisa. quem chegava com o muito prazer, nas entrelinhas já se despedia. a vontade era nem dar-se ao luxo de deixar-se gostar. quanto mais gostar, mais dor ao despedir-se. sempre que alguém chegava com ares de eternidade, mais rápido seria em sumir sem deixar qualquer rastro a que ela se agarrasse, qualquer retorno que esperasse. era um vem e vai, sempre nesta ordem. e uma vez só.   não havia retornos, nem surpresas, nem gritinhos de alegria por ser surpreendida com uma brincadeira de esconde-esconde. quando menos esperasse - e conseguia surpreender-se a cada vez - alguém já se tinha ido. e ela entrava correndo, na esperança ridícula de ter sido brincadeira - e sabia que mais uma vez havia acontecido. quem sabe uma chave torta, uma senha ilegível, sons soltos de risadas distantes ajudam a decifrar um coração aos cacos??



Tudo em ti era uma ausência que se demorava: 
Uma despedida pronta a cumprir-se.

Cecília Meireles



alua girou

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Cercas sem arames farpados






 nunca teve problemas em submeter o próprio corpo aos rituais diários. esticava daqui, enlaçava de lá, se contorcia. no ônibus lotado, no carro com seis pessoas, debaixo do guarda chuva em dias de tempestade. mas o que ela gostava mesmo era se desdobrar. voltar à posição original.
ser inteira.





terça-feira, 27 de outubro de 2015

E que tal um cafézinho gostoso agora?





antes um "pit-stop" básico:

os outros não podem
nos dar do que não têm,
não fiquemos à espera



eu ri muito.........aqui