quarta-feira, 25 de maio de 2016

luz que nenhum vento pode apagar e que arde





alguns dias nos deixam sem fala, sem verbo, colunas no teto do tempo. até que chega um filho despossuído pelo silêncio e derrete o monólogo já que para si mesmo a sua própria forma parece irreal (como o parecem, ao acordar, todas as formas que ela vê em sonhos).   a noite pinga, ganha o impulso das rotações e põe galáxias em comunicação na linguagem que descobre meteorito ensinando-lhe que quando deixar de ouvir os muitos, poderá divisar o Um - o som interior que mata o exterior .  a sua Alma sorriu ao banhar-se
ao sol da tua palavra.







conjuga um verbo 
que conheças 
no presente 
do indicativo, 
 soletra-o 
na segunda pessoa 
do singular
 ao meu ouvido, 
 dá-me qualquer coisa 
que me pareça eterno. 

 José Rui Teixeira

domingo, 22 de maio de 2016

traça e traduz



vozes
embargadas
perscrutando
labirintos
e abismos
escondidos
sonhos
descobertos
paraísos
e sentidos
resplandecentes
nos instantes
que cintilam
e tão rápido
se esvaem.




sexta-feira, 20 de maio de 2016

quinta-feira, 19 de maio de 2016

coisas anteriores às palavras...




  as ondas quebravam uma a uma.   vestia a alma por fora e paria sonhos por pura teimosia, só porque achava que devia continuar a respirar.   mas os sonhos, também teimosos por mal paridos ou por outros tropeços do caminho, iam-lhe morrendo no voo e tapando a alma que queria o sol.   exaurida, trocou a última réstia de sonho por um lampejo do futuro que não via.  o mar cantou para ela.