segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

que eu sempre respire o que me enche o peito


na avenida Brasil
pontualmente às seis em pleno domingo
todas as lojas fechadas
sento-me na calçada para assistir
ao balé de andorinhas
são milhares, trilhares em revoada
que mergulham sincronizadas
feito um cardume
para anunciar em coro
os cânticos que nos ligam
de um coração a outro

Ave-Maria!

domingo, 13 de janeiro de 2013

meu tempo é um arquipélago de perenidades

(...)quando percebo já é tarde demais. ou melhor, deixa de ser tarde ou cedo: sem mais nem menos o tempo foi suspenso e eis-me num momento sem fim, sem idade, momento conhecido meu antigo, momento do qual parece que nunca saí. estranho?? também acho. considerando que olhando de fora eu tenho certeza que pareço ser inteiramente sensível, bem-situada, bem-educada (sic) . é difícil de  compreender que no entanto você neste momento não é como as pessoas ao teu redor te sentem, e não é como você sempre vai se sentir. pode acontecer de  em 10 minutos , alguém  entrar no quarto e você vai ter mudado aparentemente por aquilo que esperam de você. não que não seja de uma forma sincera  (que você está tentando parecer uma pessoa alegre, cômoda) só que  assim você só existe quando alguém perto, entende? pois é, não parece razoável ter tido todos esses pensamentos que levaram a este texto sem pé nem cabeça. talvez sirva só pra mostrar que por dentro ainda existem sentimentos  derramando de algum vazio. mas tudo bem. continuo meio besta, caçando primaveras....