preciso crer que anjos solícitos recebem as horas que o sonho não guardou. reflexos de sorrisos passados, a melancolia de um céu que nos entreabre um pedaço de mar, uma possibilidade de regresso. mãos abstratas seguram espelhos de vento, o tempo por trás das palavras torna-se insuportável. existe chuva por onde não passamos em certos invernos mas o que fazer com as raízes do coração? qual o caminho mais curto para o destino? mais um pouco e virá o tempo de soletrar o vento que nos agita a alma. o tempo de rasgar a indecisão e partir com aqueles que nada sabem. olho para as linhas das mãos e vejo atalhos. atalhos para quem chega. atalhos para quem tem de partir.
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