
(...) e demorou seu olhar no canteiro dos amores-perfeitos. é irremediável e sonha. leva asas nos pés, palavras nos dedos e aquele sorriso despreocupado de quem ainda se fascina com os pequenos milagres. há dias em que eles não percebe como é que os sorrisos se sustentam na sua expressão. olham para ela e não compreendem como é que os lábios rasgam a tristeza para receber o que há de bom na bainha dos dias. e ela acredita. tem a certeza de que no cruzamento do sol no horizonte sobram estrelas com sabor a girassóis. sabe que o algodão doce são pedaços de nuvens, mesmo que perceba que no fundo são feitos de açúcar. fecha os olhos ao cinzento da chuva, mas abre as mãos para receber o fresco da água que cai. esconde o que de feio têm os seus pensamentos e escolhe as cores com que pintar a sua felicidade. mas às vezes nem as mais brilhantes cores chegam para tapar as tábuas partidas da sua casa. e a noite cai. as estrelas dizem boa noite e ela fica só. adormece embalada ao ritmo do seu coração, anoitecida pelo silêncio.
[às vezes é preciso acreditar ... aqui]