terça-feira, 14 de maio de 2013

Reviravoltas ...




(...) quantas e quantas vezes a  luz do quarto continuava acesa sobre a luz da manhã, tornamo-nos artificiais. parecendo desnecessárias, todas estas palavras que organizávamos, sistematicamente, para nós.  então, em caso de amor, não corrija meus possíveis erros com exaltada fala ou com interpretações duras. antes, reconheça que aquilo que se vive por amor será, no fim de tudo, a única força capaz de reverter o imponderável encontro com o vazio, iluminando os dias passados com pequenos insights de felicidade...
















[os nossos corpos, claro, eram
sempre os nossos corpos, 
sempre  os nossos corpos
 acesos]

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Em pedaços





de mim, já percebeu as dores,
seca então, as lágrimas e lamentos.
de mim, já conhece os vãos e os desvios,
já compreendeu os receios.
talvez precisa agora, olhar dentro dos meus espelhos,
e neles ver os lampiões e acordes de amor
escondidos dos outros olhos aos quais não se destinavam.
à espera da sua luz, guardei-os cuidadosamente.
guardei-os dos ventos violentos que agitaram
as cortinas e fizeram tremer as portas trancadas.
à sua espera, escolhi um ventinho calmo e leve para
que continuassem limpos e claros, meus cantos e luzes.
longa, longa espera

(onde brilhem os olhos seus)