
Como posso falar e entender a vida senão pela linguagem de nossos corações? se quando pousas o nome em mim ajeitas a ternura cansada no canto das palavras? assim te povoei e me levei por tudo o que via e pelo que apenas intuía. se você tem olhos sedentos, se teus ouvidos são alegres a captura é certa. em mim você é desconectado com a razão e com o raciocínio lógico. como agir se a boca acabou de chegar da ausência e ainda treme ao toque dos dedos? e eu espero no hangar silencioso do desejo. espero os olhares mais longos. olhos dançando de rosto em rosto. rostos que talvez nunca se larguem mais. e principalmente porque há restos de asas, ainda, pousados nos meus lábios. as chamas estão vivas, estão também em constante movimento e efervescência. em construção.