(..)adoro mesmo é um amor inventado. daqueles de casar as almas. e assim, eu penduraria a rede de que tanto falo e seríamos mesmo felizes [você deitado nos meus ombros e eu tentando te contar as minhas coisas]. seria bom tomar o café quente de manhã e você achar mesmo muito engraçado como eu sempre queimo a ponta da língua. e te ligar de tarde e dizer assim: ainda não sinto o céu da boca. a gente ia rir até não querer mais. nossas barrigas doeriam – de tanto riso! – e quando você demorasse pra chegar, eu ia ensaiar um canto muito bonito de uma música que eu ouvi no meio do caminho [um blues muito quieto pra ser esparr'amado' nos móveis da casa]. a vizinha ia mesmo querer nos invejar e os santos todos, esses desciam pra abençoar todas as coisas que eu ia terminar só pela metade, ansiosa a te esperar. então, de noitinha, quando meus olhos começassem a pesar suaves, com os dedos nos meus cabelos todos embaralhados no lençol, você ia me perguntar/responder:
e o céu…tu já sente, amor?.
e o céu…tu já sente, amor?.