desnudou-se num novo jogo em que não era mais ela (nome e corpo carregado de promessas) mas outro. percebeu que queria que ele a conhecesse melhor. ela queria que ele a entendesse, porque tinha a estranha sensação de que era o tipo de homem pelo o qual ela poderia se apaixonar, mesmo que não quisesse. equivocou-se. não houve entrega, nem desejo de ser tantos [e tão poucos] , numa sucessão infinda de seres múltiplos e únicos, ausente de destino, como rio que se desloca imóvel, esquecido do que traz ou trouxe. mas de que adianta saber-se ar se o outro quer fogo? mergulhou, transbordou para o teu fogo e deixou-se ser parte daquilo que o nutriu. os dias seguem. e quando surgirem flores, colhe, colhe o que ainda resta...
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´mas nunca se sabe
no instante presente
se a realidade é sonho
ou se o sonho é realidade...´
ou se o sonho é realidade...´
Milan Kundera in:
A vida está em outro lugar
A vida está em outro lugar