“Falava sobretudo de amor e solidão, esta dor tão bem disfarçada diante de nós, que nos cruzávamos todos os dias com ela e não desconfiávamos de nada.
O caderno não incluía as cartas do namorado. De resto, recebeu poucas: nove em oito meses. Lysia contava-as, obviamente. Guardava-as, relia-as constantemente. Onde as guardava? Talvez junto ao coração, junto ao corpo, junto à pele, como escreveu.Poucas cartas, porquê? Falta de tempo? De espaço para as escrever? Ou de vontade?
Sabemos sempre o que os outros representam para nós, mas nunca sabemos o que somos para ele.”
Philippe Claudel, in “Almas Cinzentas”
[e saber que estiveram perto. tão perto… mas tão perto!]