quinta-feira, 25 de julho de 2013

Essa busca de equilíbrio no fio da navalha











eu gostava da espera, da promessa de voltar.  gostava do olhar da esperança de chegar. porém , tua palavra sepultou meu sonho, meu acalanto, me despiu da alegria, do riso sem pressa, da infância derradeira, das brincadeiras inventadas, do amor que adorava, da canção que eu ouvia. tua palavra emudeceu meu olhar.

















´quanto mais
me despedaço,
mais fico
inteira
e serena´.
Cecília Meireles











quarta-feira, 24 de julho de 2013

Linha direta


ela é sensível e com as mudanças ao redor, o humor sofre alterações.  mas a vida lhe ensinou que  sem viver o caos, jamais saberia como avaliar as escolhas. sem esse aprendizado nunca saberia como tomar uma decisão e tampouco aprenderia sobre o discernimento [algo essencial] . respira fundo e pensa no rosto tranquilo da sua avó.  sim,  a vida é uma caminhada diária, passo a passo. quando chegava tensa em sua casa, era recebida com bom humor e sorria com os gestos largos da avó ao afirmar que  uma das áreas que podem causar maior problema em nossa vida fica no rosto. entre o queixo e o nariz. com a boca , dizemos coisas que não devemos, acabamos magoando outras pessoas e sofremos as consequências. porém o Tempo cura a sua maneira e no seu tempo.   lembrava que a fé é um músculo espiritual que necessita ser exercitado a fim de evitar que se atrofie e enfraqueça espiritualmente todo nosso ser.   com olhar sereno dizia que confiasse, seja o que for, Deus irá restaura-lo  ao mesmo tempo que oferecia uma xícara de chá.  e assim , tranquila , protegida pelos olhos mais doces que já viu,  ela  retornava ao caos....



terça-feira, 23 de julho de 2013

De viés




estuda o teu olhar
o meu olhar?
esconde algo
o meu do teu
o teu do meu?

quando aprenderam a fugir esses dois pares que antes se buscavam
indiscretos numa época, famintos noutra?



você recebe bem as oportunidades de ter alegria?





uma fração de segundos...

e ela estava nos labirintos
dos 60 segundos ,
dos 60 minutos,
que a encaminhariam
à alguma hora...

(Clarice Lispector)