quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A transcendência em fatos comuns do cotidiano








Depois de ter passado o tempo de ser nocauteada e ter os ossos moídos junto aos sonhos, ela acorda sorrindo e percebe que mudou [tendo a ajuda de Camus falando da experiência de Sísifo que enquanto empurrava sua pedra inútil conseguia olhar para os grãos da rocha com deslumbramento]  Percebe então, que nem toda mudança precisa ser amarga, embora o que nos mova quase sempre seja a dor, esta parceira do imprevisto. Acorda e descobre do lado do avesso um espaço zen, uma espécie de paz interior que a adula e acaricia, como se a mãe voltasse a lhe pegar no colo. Neste dia, inexplicavelmente alegre, decidiu que o melhor a fazer numa manhã assim é plantar um girassol só para ver, dali a um tempo, sem angústia, dilema ou rejeição, que a vida dança a dança dos dervixes [o 'giro', meditação em movimento] e que a nossa entrega à vida é um ritual sem hoje nem amanhã. Sente que a felicidade pode ser o ato de movimentar -se como os girassóis , para lá e para cá, só pra ver onde começa e onde termina o dia sem pressa. Os acontecimentos não (nos) pertencem mais...