terça-feira, 22 de abril de 2014

Precisamos mais de nós do que de tudo





Um dia a gente aprende que nada foi nem nunca será solucionado na teoria, alguém sempre tem de arregaçar as mangas e se dedicar a colocar as coisas em ordem, independentemente de o quanto isso custar. Penso que o vazio é um lodo espesso e intransponível que corre por dentro de encanamentos, artérias, postes, fios, veias, troncos de árvores. E vai se espalhando depressa, se estagnando por entre réplicas e tréplicas ou silêncios irreversíveis. A solidão é um troço que faz a gente abrir a geladeira sem estar com fome ou sair por aí com umas pessoas bem barulhentas pra tentar estar junto. Pra asfixiar o vácuo de dentro que não está bem lá dentro, e sim nas superfícies, nos contornos dos corpos, das coisas, nos dias nublados muito claros que contraem os olhos. Podia ser tudo simples como nas ruas de cimento onde se aposta corrida de bicicleta. Joelhos ralados, mercúrio cromo, band-aid e pronto, no dia seguinte, corrida de bicicleta. Agora é assim: nada combina com nada. Mas não se preocupa, vou voltar lá pra te buscar. Lá onde  me perdi....




'infindo e onipresente, 
o nada envolvia
 cada recanto de sua consciência'
- Joseph Glittergate 

segunda-feira, 21 de abril de 2014

assim é, se lhe parece










(te)
 desejo coragem
para viver a paz
que só a verdade
traz

alguns sentidos devem
ser plantados agora.
de forma dura. com a mão calosa.
(porque tem razões que desconhecemos)

o caminho é tortuoso, eu sei.
mas no final a vista é linda








sábado, 19 de abril de 2014

Se fosse tudo tão previsível...



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coração ressabiado
só enxerga de perto,
só escuta sussurros,
 e tatua na pele
(seus)segredos
em braille