(..)encosto a mão à mudez da boca, fecho os olhos e os poemas adormeceram no desassossego da idade. gosto do deserto, e do acaso da vida. gosto dos enganos, da sorte e dos encontros inesperados. escrevo o que ainda não conheço nomes de ruas, pássaros, árvores. monólogos de quem ainda te fala alto. é a minha voz ou a tua? lá fora a chuva confunde-se com gestos. falamos do tempo, ponte entre o silêncio e o nada.
ouve, quando não fores capaz de falar, toca-me.